Sexo frágil, TPM, dores de cabeça, preocupações com o corpo e saúde: apesar do que parece, nem tudo é um exagero no mundo das mulheres. Especialistas alertam que algumas das inquietações femininas têm fundamento e merecem cuidados especiais. O ginecologista e presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetícia (Febrasgo), Nilson Melo, sugere que o próximo 8 de março, Dia Internacional da Mulher, seja comemorado com ações de prevenção e conscientização em prol da saúde e beleza feminina. Doenças como osteoporose, artrite, acne e excesso de peso podem ser prejudiciais se não forem tratadas adequadamente. Abaixo um check-list com dicas de prevenção e diagnóstico preparadas especialmente pelo especialista para o Dia da Mulher. Aproveite as sugestões e cuide-se enquanto há tempo!

Osteoporose

- A osteoporose é uma doença que causa o enfraquecimento progressivo dos ossos, pela perda de cálcio e massa óssea, tornando-os mais frágeis e quebradiços. Normalmente ocorre após a menopausa, quando os níveis de estrógeno - hormônio feminino - caem bruscamente. De acordo com dados da IOF (International Osteoporosis Foundation), 1 em cada 3 mulheres sofrem com o problema no mundo. Por ser uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas, muitas vezes o paciente só descobre quando o problema já está muito avançado ou após a primeira fratura.

Dica - "O grande desafio para os médicos é o diagnóstico precoce e a prevenção com dieta rica em cálcio, vitamina D (através do sol) e exercícios físicos. É essencial que todas as mulheres com mais de 50 anos façam o exame de densintometria óssea, um teste simples e indolor que detecta a perda óssea", explica o especialista. Para maiores informações sobre a doença, diagnóstico e prevenção, acesse o site www.bonviver.com.br.

Excesso de peso

- Apesar de parecer apenas vaidade feminina, a questão do excesso de peso traz mesmo sérios riscos à saúde e o problema vem aumentando de maneira alarmante nos últimos anos. Segundo dados do IBGE, cerca de 35% das brasileiras estão acima do peso e quase 13% são obesas. O excesso de peso é responsável por desencadear diversas doenças como problemas do coração, diabetes tipo 2 e câncer. As principais causas do excesso de peso são os hábitos alimentares inadequados e a falta de atividades físicas.

Dica - "Atualmente, a medicina preventiva tem papel fundamental para minimizar os riscos da obesidade. Dieta equilibrada e exercícios físicos podem garantir o bom funcionamento do organismo. Em alguns casos, o uso de medicamentos também pode ajudar, mas deve ser feito com acompanhamento médico", afirma o médico. O site de apoio a pacientes que querem perder peso - www.xenicare.com.br - traz informações sobre saúde, emagrecimento e qualidade de vida, além de ferramentas para medir a gordura corporal (IMC - Índice de Massa Corporal).

Acne

- Não obstante ser uma doença característica da adolescência, a acne pode incomodar também as pessoas mais velhas. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia apontou que 14% das mulheres entre 26 e 44 anos apresentam problemas relacionados aos cravos e espinhas. Elas sofrem da chamada "acne da mulher adulta". A doença pode ser de aparecimento tardio (começou após os 25 anos) ou persistente (começou na adolescência e se manteve ou piorou após os 25 anos). Além disso, algumas alterações hormonais, como a síndrome do ovário policístico, podem refletir na pele, nos cabelos e no peso da mulher. Exames laboratoriais nem sempre detectam o problema, que deve ser investigado por um dermatologista ou um ginecologista.

Dica - O uso da isotretinonína oral é a indicação mais utilizada nos casos de acne mais grave. Mas a visita a um médico é essencial e deve ser o primeiro passo para diminuir e acabar com o problema. "Somente um especialista será capaz de receitar os melhores tratamentos para cada caso. Uma alimentação equilibrada, distante de alimentos com alto índice glicêmico, ou seja, alimentos que elevam rapidamente a concentração de açúcar no sangue podem contribuir para a melhora do quadro", conclui o ginecologista.

Artrite reumatóide

- Assim como a osteoporose, a artrite reumatóide - doença crônica que destrói as juntas do corpo - atinge um número crescente de mulheres. Especialistas estimam que cerca de 1% da população mundial sofra com o problema e a prevalência aumenta com a idade, podendo chegar até a 5% em mulheres com mais de 55 anos. No Brasil, cerca de 1,5 milhão de pessoas são atingidas pela moléstia, a maioria em idade economicamente ativa - entre 30 e 50 anos. A artrite é uma doença auto-imune inflamatória e progressiva que acomete as articulações do corpo, principalmente das mãos e dos pés.

Dica - "O diagnóstico precoce e o tratamento com acompanhamento médico podem garantir uma boa qualidade de vida aos pacientes. Apesar da doença ainda não ter cura, já existem medicamentos modernos que controlam e até podem retardar/impedir a evolução da doença. O melhor conselho neste caso é procurar um reumatologista se as dores nas juntas das mãos acompanhadas de rigidez matinal persistirem por mais de 4 semanas", diz o médico. No final do ano passado, a farmacêutica Roche anunciou pesquisas com uma nova substância, o tocilizumabe, que age diretamente nas enzimas causadoras da artrite reumatóide. O novo medicamento deve ser aprovado para comercialização no Brasil entre 2008/2009.