Estive conversando com um aluno, usuário de cartão escolar em Ubatuba, que me dizia não ser uma idéia feliz para a escola a troca do passe pelo cartão. Segundo ele, cabular aula hoje é muito fácil e, que quando era com passe, os alunos tinham que esperar até o fim da aula para recebê-lo, agora não, eles saem quando querem, pois o cartão está em suas mãos. Convenhamos, para a empresa é muito bom o uso do cartão. Evita o roubo de valores e o cobrador é um funcionário a menos. Pouco se lhe dá se o aluno estuda ou não. Onde está o compromisso social? Uma empresa de transporte coletivo, que tem uma estreita relação com a Prefeitura Municipal, pode somente pensar em seu lucro? E a Prefeitura não tem que ter visão de resguardo do aluno? Como fica nesta o motorista quando é obrigado a fazer descer o aluno por erro no cartão? Como fica o direito do aluno de estudar? O motorista é o funcionário da maior responsabilidade numa empresa de transporte coletivo. Milhares de pessoas dependem diariamente de sua atenção. Sobre ele recai o ônus de nunca poder errar, em nada. Um trabalho sobrecarregado de tensão. Se faltar dinheiro, será do seu que sairá o reembolso ao patrão. Tudo é descontado de seu salário. Há ainda a vencer, o sono, a fome, carros quebrados em meio a viagens, nervos. Muitas vezes é obrigado a ouvir o que não deve, calado, e ser gentil. Dirige, cobra, passa troco com o carro correndo, pois tem horário a cumprir. Toma conta do leitor de cartão para os ainda desavisados. Quando os carros estão lotados, e isto acontece sempre, não tem nem sequer visão do que fazer. Quando havia cobrador, este tomava conta da situação, avisando o motorista quando algum passageiro tinha dificuldade em descer. Com a palavra, a Prefeitura! Maria Cruz mccancellier@yahoo.com.br
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