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07/03/2008 - 07h40
O genocídio caiçara
Miguel Angel
 

Cheguei a Ubatuba com 25 anos de idade. Hoje, estou com 65 anos, o que me dá autoridade para falar desta cidade onde moro há mais tempo que 75 por cento da população residente.

Sou uruguaio, mas não fui eu que fiz as fronteiras. Elas já existiam quando nasci. Escolhi esta terra para morar e criar minhas filhas e tenho imenso carinho por ela.

Só que, de 25 anos para cá, tenho visto a cidade ser levada a desintegração a cada administração que passa. O prefeito eleito por minorias não tem uma leitura correta do futuro. Sem uma perspectiva de futuro para o povo, sem ética, sem respeito, sem autoridade, favorecendo maior agressão contra a cidadania, formando quadrilhas de conveniência, sem partidos políticos, que não passam de legendas de ocasião, usadas poucos meses antes das eleições, castrando os princípios ideológicos que os norteiam, sem o mínimo respeito pelo pensamento que os originou.

O circo eleitoral está montado. Começam a pintar os palhaços (os eleitores), nas cores mais tristes que um povo tem a oferecer. É desta forma que se ditam as regras da convivência econômica e social. Hoje chegamos a um descalabro econômico. A única fonte de renda que o município tem vem da administração pública. Fonte esta, cercada por um grupo de financeiros e grupos comerciais, sempre à espreita. Não aplicam nenhum centavo no município e não pagam impostos porque são recolhidos nas fontes, fora da cidade, uma vez que são filiais. Somando a esta fuga do único recurso que o município ostenta o dízimo de mais de cem igrejas, jogos, loterias e outros operativos mais, que também enviam para suas matrizes.

Estou com saudade da época em que o município produzia. Ubatuba era um dos grandes fornecedores do Ceagesp. Carretas e mais carretas carregadas de banana que saíam desde o Saco das Bananas até Ubatumirim, o maior produtor do Estado. Centenas e centenas de pequenos comerciantes em todos os bairros da cidade que a cada ano conseguiam comprar um terreno, ou construir uma casa para a família. O povo era festeiro. Tinha alegria. O carnaval tinha duas ou três Escolas de Samba e vários blocos. Temporadas com mais de um milhão de turistas, circulando e gastando. Éramos felizes e não sabíamos e continuamos não sabendo. Hoje, rezamos ou oramos demais, enquanto nossos jovens sem futuro e sem perspectiva, mergulham na marginalidade. A Escola formava seres humanos, não “cidadãos”. Tínhamos vizinhos, hoje, não queremos ter vizinhos. A desconfiança cresce e nenhum candidato a “rei” (porque não entendem que prefeito é um mero gerente por 4 anos) fala claro a seu povo. Será que eles pertencem ao povo, ou são partícipes, mais uma vez, da continuidade do genocídio caiçara? O prefeito ao invés de dar o exemplo, aplicando no município, os dinheiros dados ao município pelo Estado, mandam estes dinheiros voando, carregados pelas empreiteiras de fora acompanhando o saque das financeiras.

Senhores candidatos! Este povo de Ubatuba não é composto só por trouxas. É bom começarem a ficar atentos.

Miguel Angel
Ubatuba, SP

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