Outro dia li, no Litoral Virtual do Emílio Campi, uma matéria impressionante sobre o nosso lixão. Sua localização atual é, indiscutivelmente, condenável. Um absurdo! Aquele local, ao ser escolhido, não sei dizer por quem e, há quanto tempo, nunca foi adequado. Não contou com o crescimento (vertiginoso) da população, como também, não previu a migração, desordenada, que hoje ocupa, de forma ilegal (e extremamente precária) os espaços vizinhos do tal lixão: o Pé da Serra e a Cachoeira dos Macacos. Seu idealizador não deve ter imaginado que a sua "criação" chegaria a estas proporções. Muito menos que produziria toneladas do fétido chorume, que dele escorre, insistindo em misturar-se às águas cristalinas do Rio Grande em direção ao mar. Não deve também ter previsto os atuais 1.200.000 visitantes, que invadem nossas praias, todo verão, com seus carros lotados de mercadorias e isopores. Não! Não creio que deva ter, ao menos, pensado nisso. Decidiu por aquele local, com certeza, por ser talvez o mais “escondido”, suficientemente espaçoso e, afastado (naquela época) do centro da cidade. Só isso! Agora, chegou aonde chegou... Quem iria imaginar? De toda forma, com todas as considerações e senões, tenho como totalmente equivocada a proposta do transbordo do lixo para outro município. Primeiro, por ser um luxo a ser “custeado” (R$ 6.000.000,00 ou mais) apenas por nós, munícipes, quando o número de visitantes/ano (os tais 1.200.000) nos superam nos “gêneros” e, nos “números”. Segundo, porque não posso acreditar e me convencer de que não possamos encontrar e ter, dentro de nossos “limites” territoriais, um local adequado para o nosso lixão. Terceiro, pelas dificuldades operacionais e transtornos no trânsito, serra acima, durante a temporada. Imaginem a fedentina circulando, pingando, escorrendo estrada afora e fazendo com os caminhões "alegóricos" o samba do "nosso comercial" pela Tamoios! Um luxo? Não. Um verdadeiro desastre econômico! No jornal da Globo a chamada: "Ubatuba transforma a Tamoios na passarela do lixo" abrirá a temporada! Lixão é uma coisa “intima”. Intestina. Impedir ou proibir sua existência é, no mínimo, um contra senso. Seria como nos proibir (legalmente) a manutenção daquele lixinho, prático, condenável (pelo Dr. Bactéria), em cima da pia da cozinha. Pior, sermos obrigados, em nome da lei a atirá-lo pela janela, por cima do muro, para a casa ao lado. O lixão, com esse nome superlativo e feio, ao contrário das centenas de lixeiras coletivas que temos espalhadas por aí, a céu aberto, escorrendo chorume pelo córrego vizinho, tem sim, solução! Modernamente, sua administração e processamento são baseados em eficientes critérios técnicos que lhes conferem totais condições sanitárias, ambientais, espaciais e visuais. Simplesmente proibir a instalação de lixões é como proibir a construção de estações de saneamento de esgotos sanitários e do cidadão de defecar em sua própria privada. Imaginem: “Atenção: A partir desta data, só será permitido defecar ou urinar na privada do município vizinho, sob pena dos rigores desta lei”. E os cemitérios? Cruzes!!! “Também não serão permitidos!”. Afinal, defuntos fedem e poluem o lençol freático. Então, que vá os moribundos morrerem em outras freguesias. Fica aqui uma pergunta: Se a passarela do lixo der "samba", do bom, quem será a rainha da bateria?
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