Criada há mais de 4 séculos, a técnica chinesa ganha cada vez mais adeptos no ocidente
No dia 23 de março é comemorado o Dia da Aacupuntura, um ramo da medicina chinesa que consiste em estimular pontos específicos na superfície da pele. Para os orientais, há cerca de mil pontos de acupuntura espalhados pelo corpo humano que estão ligados por uma linha imaginária denominada meridiano. A energia circula por esses meridianos, interligando órgãos e vísceras. Quando há surgimento de doenças, é sinal de que houve falhas na distribuição energética. "A acupuntura é uma forma de restabelecer a harmonia perdida e deixar o corpo saudável, uma vez que ela se concentra em terminais energéticos do corpo", explica a especialista em acupuntura, Thais Pamplona. Os primeiros registros sobre a acupuntura datam de mais de 4 mil anos na China, mas o ocidente só teve sua atenção voltada para a prática em 1971, quando o jornalista norte-americano James Reston publicou um artigo sobre o efeito da acupuntura nas suas dores pós-operatórias. No Brasil a atividade foi reconhecida como especialidade médica em 1995 pelo Conselho Federal de Medicina. Dois anos depois, São Paulo se tornaria a primeira cidade no mundo a instituir uma data comemorativa para os acupunturistas. O dia 23 de março foi escolhido porque nesse dia, em 1996, foi realizado o primeiro Congresso de Acupuntura do Brasil. Cada vez mais os ocidentais se rendem às evidências dos benefícios que a acupuntura traz para o tratamento de diversas doenças, como asma, alergias respiratórias, insônia, dores na coluna, entre outras. Estudos clínicos mostram que ela é eficaz no tratamento de diversas dores, incluindo neuralgia, lombalgia, enxaqueca, artrite e bursite. "O alívio da dor acontece pela inserção da agulha em uma terminação nervosa, que faz uma micro inflamação no local, liberando hormônios do sistema nervoso central como endorfina, dopamina, encefalina e serotonina, produzindo alívio", explica a especialista. Além do efeito analgésico, a acupuntura acalma, relaxa e é antiinflamatória. As sessões duram de 20 a 30 minutos e o número de sessões é indicado a partir da avaliação de cada caso. "Eu trato cada pessoa com exclusividade, avaliando o histórico dela junto com o médico para definir quais pontos serão usados e quantas sessões serão necessárias", explica a acupunturista, lembrando que o paciente é avaliado a cada sessão, podendo mudar os pontos de aplicação de acordo com suas necessidades. "Não há contra-indicação no procedimento, que pode ser realizado tanto em crianças como em adultos", esclarece Thais. Medo das agulhas? Já existem opções para se aproveitar os benefícios da acupuntura sem as tão temidas picadas. A moxabustão é uma técnica que consiste na utilização de ervas aquecidas e compactadas em forma de bastão, aproximadas sobre a pele em pontos estratégicos. "É indicada em casos de enfermidades crônicas e nas doenças produzidas pelo frio e umidade", explica Thais Pamplona. Para quem não suporta a agulha, há ainda a opção do laser, com aplicação de radiação luminosa polarizada diretamente sobre a pele. É importante ressaltar que a acupuntura é um tratamento complementar da medicina tradicional, como a fisioterapia e a psicologia. "O melhor caminho para alcançar bons resultados é integrar as duas medicinas, assim, há maior possibilidade de encurtar o tempo do tratamento e reduzir o consumo de medicamentos", ressalta a especialista.
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