Desde que assumiu, o Presidente Uribe tem demonstrado firmeza e determinação em sua hercúlea tarefa de pacificar e democratizar a Colômbia. Em um dos seus primeiros atos acabou com o território desmilitarizado, uma área próxima de Bogotá, excelente refúgio da narcogurerrilha, as FARC, esta corja de terroristas aliada dos traficantes de narcóticos - coisa esta que o governo do PT (Perda Total) se recusa a reconhecer por solidariedade com os "movimentos sociais", ainda que armados e revoltados, tal como a cobra venenosa que ele está criando em casa: o MST [Malta de Sacripantas e Trapaceiros]. Hugorila Chávez, Man in red, para quem todos nós não passamos de rematados imbecis! - insiste em afirmar que se trata de um grupo de dissidentes políticos em luta contra o imperialismo americano. M’engana qu’eu gosto, ó caboclo do traje colorado de Chapolin! Não existe esta de "seqüestro político" capaz de legitimar o ato de seqüestrar: existe, sim, seqüestro e é crime hediondo em todos os países civilizados. O mesmo pode ser dito de atos terroristas, não importando a finalidade e a ideologia acalentados pelos mesmos. Seqüestradores e terroristas são criminosos. E, como tal, têm que ser tidos e combatidos! O resto é história para engabelar idiotas latino-americanos. [Por falar nisso, leitura imperdível: C. A. Montaner e outros: A Volta do Idiota, Rio de Janeiro, Instituto Liberal]. Em seu decidido e incessante combate às FARC, as forças armadas colombianas recentemente atravessaram a fronteira com o Equador, sem pedir permissão para tal coisa, violando assim os espaços aéreo e terrestre equatorianos. Em princípio, a violação de território de um país é um ato condenável pelo direito internacional. Todavia, se trata de um tipo especial de violação merecendo um exame mais detido... Há um tipo de violação de território cuja finalidade é uma tácita declaração de guerra, como a invasão da Polônia por Hitler em 1939, que acabou gerando a Segunda Guerra. Há outro tipo cuja finalidade é espionagem por meio de, digamos, fotografias aéreas [bird-eye view] de áreas militares, coisa que se tornou obsoleta graças aos satélites artificiais, por meio dos quais Medvedev pode ser visto tomando seu chá no Kremlin e membros das FARC lendo Che Guevara na selva. Há ainda outro tipo de violação muito comum nos bons filmes de faroeste d’antanho: um xerife texano invadia território do México na perseguição de um perigoso bandoleiro e seu bando, que tinham assaltado bancos no Texas. But the eyes of Texas are upon you. You can’t escape them away. Coisa semelhante a est’última foi o que fez Uribe perseguindo marginais colombianos que haviam cometido crimes na Colômbia e depois atravessado a fronteira para o Equador. Convenhamos que é muito cômodo praticar crimes num país e se refugiar noutro. E o que é pior: est’outro país dar guarida a criminosos, como ficou provado ter sido o caso do Equador. E da Venezuela também, os dois países que fazem fronteira com a Colômbia, além do Brasil. Tal procedimento parecia o daquela personagem de Jô Soares cuja fronteira do Brasil com o Uruguai passava dentro da casa dele. Era só dar um passo e ele estava em Paso de Los Libres... Dizemos isto, porque, na destruição do acampamento dos narcoguerrilheiros, foram encontrados documentos capazes de provar o que já sabíamos há muito tempo: Correa, o presidente do Equador é um acoitador desses bandoleiros que se dizem "revolucionários", e Hugorila Chávez y Chapolin os financia, do mesmo modo que financia a falida Cuba, financia Escolas Bolivarianas, inclusive no Brasil, país em que já deu dinheiro até para uma escola de samba com um enredo a seu (mau) gosto. De onde sai tanto dinheiro? A explicação é simples: A Venezuela é o sexto produtor de petróleo do mundo. Chávez é o dono do petróleo venezuelano. L’État c’est moi! E o petróleo também. Por fatores que não dependeram dele, ele foi beneficiado como um free rider do aumento crescente do petróleo nos últimos anos. Quando ele assumiu o governo o preço do barril estava cerca de US$ 10 (dez dólares), hoje está a mais de US$ 100 (cem dólares). Só mesmo a Petrobras não fez seus lucros crescerem de acordo com esse grau de crescimento, por uma insondável razão além da nossa limitada capacidade de compreensão! Desse modo, com seu dinheiro Chávez compra tudo e todos, a não ser seu declarado inimigo: o presidente da Colômbia, um verdadeiro exemplo, para esta América Lat(r)ina, de coragem, boas idéias e bom caráter. [obs. Na Colômbia, três candidatos à presidência da república foram vitimados por atentados, antes de Uribe ter a grande ousadia de apresentar sua candidatura, mesmo correndo sério risco de morte]. Aqui, na Terra de Macunaíma, Lulla perdeu três vezes mas ganhou na quarta. E o Ciro Gomes, esse cabra tinhoso, vai se candidatar novamente... Mas só porque alguém andou buzinando no ouvido dele que até o Louro José - o papagaio da Ana Maria Braga - conseguiria ser Presidente do Brasil, se tivesse paciência de perder três vezes seguidas, como Lulla mostrou que tinha. Dizem os melhores marqueteiros políticos que é mera questão de meter, com bastante freqüência, as fuças na TV em horário nobre e proferir meia-dúzia de sandices e falsas promessas ao gosto das massas ignaras. O my dog! Apêndice I: Tancredo e a mão invisível "Tancredo Neves era um tanto assanhado. Não se tratava de assédio sexual; era galante, no máximo. Quando concedia entrevistas gostava de tatear as costas das repórteres de TV que mais conhecia, até encontrar o sutiã para fazer um movimento curioso, puxando e largando o tecido elástico, delicadamente. Era um truque para tirar a concentração delas, que cansaram de reclamar. Mas não passava disso e Tancredo tinha aquela cara de avô que a todas enternecia." "Mas um dia, em 1985, às vésperas da votação no Colégio Eleitoral, elas se vingaram: combinaram não usar sutiã. Na hora da entrevista, ele tateou, tateou, e nada encontrou nas costas das repórteres. Dessa vez, foi Tancredo que perdeu a concentração, ficou sem jeito, e elas caíram na gargalhada." [Jornal do Commercio, 19/2/2008] Moral da história: Quem faz o que quer é feito como não quer. Apêndice II: Quem te viu e quem te vê, ô PT Em nota, a Advocacia Geral da União informou aos advogados púbicos federais, em greve, que o governo Lula, chefiado pelo ex-sindicalista metalúrgico, "tem como política não negociar com grevistas". Ora, uma coisa é o PT-CUT - único partido-sindicato do mundo - militando na oposição e comandando as greves. Quem se esqueceu do grevismo daqueles tempos em que todo o dia os pelegos da CUT comandavam ao menos um piquete e ao menos uma greve?! Agora que o chefão da chusma está "nu Puder" a ordem é: Nada de greve! De onde se conclui que o grevismo não passava de mero instrumento para criar a desordem na sociedade e desestabilizar governos. Governos de direita, de preferência, obviamente. Este é o verdadeiro sentido do chavão esquerdista do PT e da CNBB é(ti)tica na política! Apêndice III: Se és do partido democrata, podes fornicar à vontade, ô mané No Brasil, a mente maniqueísta tupiniquim é assim: esquerda=bem, direita=mal. Logo: se um político é de esquerda, pode fazer tudo. Mesmo as coisas mais escabrosas, abomináveis e deletérias. Mas, se ele é de direita, não pode fazer nada. Suas mínimas faltas serão maximizadas ao extremo pela mídia majoritariamente esquerdista. Que doença! Será que tem cura? Sou otimista: a cura há de vir lá pelo ano 2050. Como até a Velhinha de Taubaté ficou sabendo, Bill Clinton transava com Monica Lewinsky na Sala Oval da Casa Branca. Como ele era do Partido Democrata, o episódio foi visto piedosamente como uma "fraqueza da carne", algo que pode acontecer com qualquer mortal. Afinal de contas, ninguém é de ferro! Apesar da tal da Monica não ser lá dos melhores petiscos... Tudo não passou, porém, de just fun along the way. Fosse Big Bill chegado a uma galinhagem, mas fosse do Partido Republicano... No mínimo, teria que renunciar... À galinhagem? Não, ao governo, como fez recentemente o governador de Nova Iorque... E de nada adiantou sua patroa ficar do seu lado, de biquinho fechado, dando um apoio ’moral’. Como, aliás, fizera exatamente Hilary e crescera diante do eleitorado como "mulher de classe" que, tal como a agulha, leva no orifício, mas não perde a linha. It’s really a Barnum and Bailey world, just as phony as it can be. [Letra da antiga canção: Paper Moon, na maviosa voz de Nathalie Cole]. Nota do Editor: Mario Guerreiro (xerxes39@gmail.com) é Doutor em Filosofia pela UFRJ. Professor Adjunto IV do Depto. de Filosofia da UFRJ. Ex-Pesquisador do CNPq. Ex-Membro do ILTC [Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência], da SBEC. Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Análise Filosófica. Membro Fundador da Sociedade de Economia Personalista. Membro do Instituto Liberal do Rio de Janeiro e da Sociedade de Estudos Filosóficos e Interdisciplinares da UniverCidade. Autor de obras como Problemas de Filosofia da Linguagem (EDUFF, Niterói, 1985); O Dizível e O Indizível (Papirus, Campinas, 1989); Ética Mínima Para Homens Práticos (Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1995). O Problema da Ficção na Filosofia Analítica (Editora UEL, Londrina, 1999). Ceticismo ou Senso Comum? (EDIPUCRS, Porto Alegre, 1999). Deus Existe? Uma Investigação Filosófica. (Editora UEL, Londrina, 2000). Liberdade ou Igualdade (Porto Alegre, EDIOUCRS, 2002).
|