A ginástica laboral é a prática de exercícios físicos leves, desenvolvidos para o ambiente de trabalho. Ela pode ser realizada no início (preparatória), durante (compensatória) ou no final (relaxamento) da sua jornada de trabalho. Um programa de ginástica laboral é constituído de um planejamento de atividades voltadas para a prevenção e a saúde do trabalhador, tendo como principal ferramenta a prática de exercícios construídos e aplicados com este fim. As principais modalidades implantadas nas empresas são a preparatória e a compensatória. Como o próprio nome já diz, elas são caracterizadas por um conjunto de exercícios e atividades que visam compensar e preparar estruturas corporais utilizadas durante a função do trabalhador, além de ativar aquelas que não estejam sendo solicitadas. Fisicamente, a ginástica laboral promove uma melhora da flexibilidade, coordenação, ritmo, agilidade e resistência, prevenindo a ocorrência dos DORT - Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. A prática ajuda a diminuir as queixas dolorosas no corpo e desconfortos provocados pelo trabalho e a corrigir vícios posturais, com adoção progressiva de posturas corretas a partir do desenvolvimento da consciência corporal pela inclusão da ginástica na rotina. Os benefícios da atividade não são só físicos, pois a prática ajuda também a recuperar o nível de atenção e capacidade de concentração após um determinado período de trabalho e favorece o relacionamento social, trabalho em equipe e relações interpessoais, por ser um momento de descontração. Enfim, contribui para a promoção da saúde e da qualidade de vida do trabalhador. Quando o programa de ginástica laboral é implantado por um fisioterapeuta, ele desenvolve as ações fundamentadas em suas observações das atividades laborativas. Juntamente com questionários ou avaliações dos trabalhadores, o profissional constrói o panorama epidemiológico, ou seja, mapeia quem tem problemas e quais atividades na empresa podem gerar queixas ou desconfortos. Com este mapa, o fisioterapeuta traça sua estratégia de prevenção e aplica os exercícios, monitorando a saúde dos trabalhadores. Esse cuidado mostra a importância deste profissional no gerenciamento e aplicação do programa, pois ele conhece o funcionamento do corpo humano, a natureza e os princípios do movimento, consegue visualizar quais músculos e estruturas merecem maior atenção. Isso torna a ginástica laboral muito mais do que exercícios divertidos, mas uma atividade muito importante para a saúde dos trabalhadores. Desta maneira, quando se pensa em implantar um programa de ginástica laboral na empresa, deve-se questionar a que fim propõe-se este objetivo. Se a resposta for melhorar a qualidade de vida e realizar prevenção séria de riscos, deve-se consultar um fisioterapeuta e, juntamente com este profissional, dimensionar e dosar a utilização desta ferramenta, evitando gastos com programas ineficientes ou que apenas descontraem o dia-a-dia dos trabalhadores. Nota do Editor: Alison Alfred Klein é fisioterapeuta do trabalho, diretor-técnico do Sefit Prevenção Laboral, presidente da Abrafit - Associação Brasileira de Fisioterapia do Trabalho e professor de pós-graduação do Grupo CBES.
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