10/09/2025  03h51
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
30/03/2008 - 09h01
Epidemia previsível e evitável
Antonio Carlos Pannunzio
 

Basta um rápido passar de olhos sobre a história sanitária do Brasil para constatar que a cidade do Rio de Janeiro apresenta condições particularmente favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, o mesmo ocorrendo com o cinturão de núcleos urbanos que a rodeiam.

Erradicado pelos mata-mosquitos de Osvaldo Cruz no início do século XX, o inseto ali ressurgiu e teve seus criadouros novamente eliminados nas décadas de 50 e 70. Voltou a infestá-la nos últimos 15 anos e, desta vez, em razão da dificuldade de uma articulação efetiva entre os governos municipal, estadual e federal, não encontrou resistência tão articulada e contínua como das vezes anteriores. O resultado é que os casos de dengue, moléstia por ele transmitida, foram se ampliando. Agora, temos ali uma epidemia. Em território fluminense, eles ultrapassam a marca dos 32 mil e as mortes comprovadamente devidas à moléstia, neste ano, mais numerosas que as ali ocorridas em 2007.

Com todas as unidades de atendimento à população sobrecarregadas e longas filas de pessoas aguardando atendimento, diagnóstico e atenção, era de se esperar que governantes e autoridades de saúde pública se concentrassem no enfrentamento da crise, deixando de lado discussões estéreis e revoltantes sobre a quem cabe a culpa pela epidemia. Isso, infelizmente, não ocorreu até agora. A população poderia estar recebendo, também, socorro emergencial através de hospitais e tendas de campanha das Forças Armadas. O início da mobilização, todavia, foi retardado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Cumprindo tarefa no exterior, ele condicionou o início das ações de saúde a uma reunião, que presidirá, com os comandantes das três armas. Num contexto de tão alta gravidade, o atendimento à população é a única prioridade admissível.

De nada adiantam discursos, protocolos ou inaugurações simbólicas. O que conta é a existência de equipes em efetiva atuação e o socorro concretamente prestado aos doentes. Sem uma coisa e outra, os casos e os óbitos continuarão a aumentar. É preciso, igualmente, estancar a multiplicação do Aedes aegypti, o que exige um trabalho de campo de grandes dimensões, já que seus possíveis criadouros estão em toda parte e, em especial, no interior das habitações. Indispensável, portanto, motivar a população para o esforço comum da erradicação, a partir de uma forte campanha de esclarecimento, em que a mídia tem papel preponderante. Discussões sobre o presumível percentual de culpa de cada governo devem ser deixadas para depois que a epidemia houver sido controlada, quando interessarão a muito poucos. O debate necessário, após a superação da crise, é outro. Deve versar sobre as ações preventivas a adotar para que novas epidemias de dengue, previsíveis e evitáveis deixem de assolar ciclicamente o Rio de Janeiro e as cidades em seu entorno, cujas condições têm se mostrado, de forma reiterada, favoráveis à proliferação do mosquito responsável pela sua transmissão.


Nota do Editor: Antonio Carlos Pannunzio é deputado federal do PSDB-SP.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.