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Crônicas
02/04/2008 - 12h08
Deus e o marketing agressivo
Antonio Brás Constante
 

Uma coisa é certa, Deus dispõe de uma boa equipe de marketing. Isto é fato comprovado na história dos tempos, é só lembrar que no princípio a imagem que se vendia dele era de um ser quase tirano, temido pelos povos da Terra e único habitante do paraíso (um lugar onde era proibida a fabricação de compotas de maçã). Uma imagem que já está totalmente modificada nos dias de hoje.

Nos primórdios das civilizações, Deus lançou o conceito de inferno através da imaginação de seus súditos, querendo dizer de uma forma sutil como uma bomba, algo do tipo: “venha para o Céu, pois a segunda opção é fogo”. Naquela época, quando a humanidade se constituía de alguns poucos, a idéia era fazer através de propaganda agressiva que todos procurassem uma vaga nos jardins do Éden.

Hoje já não é bem assim, tem almas de sobra tanto na Terra como talvez até fora dela, em decorrência disto já estão pintando o reino do diabo como uma opção para aqueles que não se encaixam bem ao perfil celestial. Pode-se dizer até que o Inferno seria mais uma estratégia divina para escolher apenas almas de boa qualidade, bem como o lugar ideal para mandar políticos, ditadores e alguns advogados na aposentadoria.

Com toda esta evolução do marketing celestial, daria para imaginar que se Deus resolvesse aparecer para humanidade hoje, provavelmente viria disfarçado como Papai Noel. Ele chegaria em um trenó puxado por suas famosas renas, sendo visto por todas as pessoas do planeta ao mesmo tempo. Tão logo pousasse, Papai Noel retiraria sua máscara e diria:

- Surpresa! Sou Eu... DEUS. (Suas renas também retirariam seus disfarces, mostrando que se tratavam dos anjos do Senhor).

Deus pediria desculpas e se justificaria dizendo que se viesse na forma bíblica poderia causar terror entre os povos. Para mostrar que é um bom camarada, ele faria novamente o milagre de transformação da água em vinho e todos gritariam: - VIVA! E bateriam palmas.

Ao invés da multiplicação dos pães, ele em um ato de modernidade, geraria a multiplicação das pizzas e todos gritariam: - VIVA! E bateriam mais palmas.

Começaria a descer do Céu uma chuva de hambúrgueres similares ao do famoso Mac Donalds e todos gritariam: - VIVA! E bateriam mais palmas ainda.

Deus se empolgaria e para mostrar que pode tudo e todos providenciaria o maior espetáculo pirotécnico da história (festa só é completa com queima de fogos). Com um único gesto, todos os vulcões do mundo explodiriam. As pessoas então gritariam ainda mais alto: - MEEEEEERD...!

Assim terminaria a humanidade como é conhecida. Deus perceberia que exagerou quando não escutasse mais as palmas. Olharia meio sem jeito para seus anjos e diria:

- Não se preocupem, pois EU SOU DEUS! Em uma semana arrumo toda esta bagunça. Agora vamos embora que a pizza me deixou com azia.


Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc@terra.com.br) é escritor.

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