Aos inteligentes com iniciativa, Napoleão Bonaparte atribuía a função de comandantes gerais e estrategistas. Já os inteligentes sem iniciativa, ficavam como oficiais que recebiam ordens superiores e as cumpriam com diligência. Esse conceito é um bom tema para reflexão. Provavelmente essa habilidade em escolher pessoas certas para determinadas funções fez com que o famoso general francês se tornasse vitorioso em tantas batalhas, aproveitando sempre as melhores capacitações de seus comandados. No entanto, nos dias atuais, nem sempre podemos observar isso nas organizações.

Não há dúvida de que o trabalho em conjunto, quando bem orquestrado, traz resultados positivos e, muitas vezes, surpreendentes. Para obter sucesso com a equipe, a liderança precisa ser transparente, estar atenta à comunicação e fazer uso da generosidade para saber ouvir as palavras de cautela dos que de fato se preocupam com os resultados da organização, sem se sentir ameaçado pelas idéias discordantes.

O grande inimigo das pessoas está no próprio ego que, na maioria das vezes, impede que sejam aceitas as idéias de outros, mesmo quando estas se revelam como a forma mais acertada para lidar com a situação. Isso ocorre com freqüência, não apenas em empresas de administração familiar, mas também em organizações maiores onde as vaidades pessoais criam um ambiente artificial em que há mais preocupação com as aparências e a glória individual, do que encontrar solução para os problemas reais.

Isso tudo, infalivelmente, acaba gerando crises e desentendimentos. Os tempos atuais são de grande aspereza e, nesse cenário, cada um deve se tornar o líder de si mesmo, confiante, emocionalmente equilibrado, buscando ouvir a intuição e utilizando os talentos pessoais. No entanto, é preciso querer isso claramente e saber transformar esse querer em ação.

Sempre haverá crises e desentendimentos porque as pessoas estão condicionadas e reagem de forma negativa diante daqueles que, agindo segundo os ditames do eu interior, naturalmente começam a se destacar da massa. Mas as crises devem ser administradas com bom senso e justiça para que sejam erradicadas sem provocar ressentimentos, e para que a equipe possa trabalhar coesa.

Plantar as sementes do aprimoramento do eu interior é como acender a chama da vida. Assim, a cada novo dia, mais forte será a confiança num mundo melhor. Já é hora de os inteligentes com iniciativa entrarem em ação, conduzindo e orientando os demais. Dessa forma os ignorantes apáticos poderão se conscientizar e mudar de atitude, passando a agir em prol da melhora geral, abrindo o caminho para o real progresso da humanidade.

Nota do Editor: Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, articulista colaborador de importantes jornais de São Paulo e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Atualmente, é um dos coordenadores do www.library.com.br, site sem fins lucrativos, e autor dos livros Encontro com o Homem Sábio, Reencontro com o Homem Sábio, A Trajetória do Ser Humano na Terra e Nola - o manuscrito que abalou o mundo, editados pela Editora Nobel com o selo Marco Zero. E-mail: bidutra@attglobal.net.