Telefone toca. Vou atender. A voz que vem do outro lado afirma: “- Vocês estão fazendo papel de bobos.” Pergunto: “- Bobos por que?” E a voz me diz: “Você acha que o prefeito vai mandar todo esse pessoal embora?” Respondo: “- Acho. Eduardo Cesar é um sujeito cumpridor da lei, um ‘ótimo’ prefeito. Não vai querer afrontar o Ministério Público.” A voz do outro lado então falou: “- Você é bobo mesmo, pois saiba que muitos estão sendo contratados pela empresa de lixo, outros estão sendo substituídos pelos filhos.” Respondi: “- Não acredito que Eduardo Cesar esteja fazendo isso. Ele sabe que é suicídio político, e isso dá ação civil pública imediatamente.” “- Você é bobo mesmo, cara!”, continua a voz do outro lado. “- Ele quer mais é que vocês façam nova denúncia. Aí o tempo passa, novos prazos vão ser estabelecidos, vem a eleição, ele disputa utilizando-se da máquina pública e vocês ficam a fazer papel de palhaços.” Eu disse: “Mas aí não será só eu que farei papel de palhaço...” E a voz do outro lado insiste: “- Vocês todos são trouxas mesmo. Eduardo Cesar é político "esperto" e vocês são uns babacas.” Tum tum tum tum... Ele desligou e eu fiquei com cara de tacho. Pena que não tenho “bina” no meu telefone.

Carlos Alberto G. Leite (Bacural)
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