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Opinião
10/04/2008 - 15h00
O desalento de FHC
José Nivaldo Cordeiro - Parlata
 

Fernando Henrique Cardoso será talvez o único político de expressão nacional a dar voz a um inconformismo comedido contra o governo Lula. É o máximo que temos de oposição política no Brasil, a única oposição consentida, visto que a direita política inexiste. Infelizmente os tempos não são para comedimento, mas para enfrentamento. FHC, todavia, como um dos pais construtores das instituições vigentes e o patrono na chegada do PT ao poder central não haveria de fazer diferente. Quando FHC em Lula bate, assopra para não doer. Como negar a si mesmo uma biografia que se aproxima do seu epílogo? Como rasgar uma obra que se propõe teórica? E, muito importante, como negar por seus próprios critérios que foi altamente bem sucedido?

FHC foi bem sucedido não apenas porque ocupou os mais altos cargos da República, mas sobretudo porque viu triunfar as suas teses e a sua visão de mundo, porque sua ação política destruiu o pouco que restava da estrutura conservadora que vigorava no Brasil até tornar-se presidente da República, porque suas crenças socialistas foram implantadas contra toda a tradição brasileira. Moldou a Constituição vigente e as instituições de Estado.

É com muita tristeza que vejo hoje o conteúdo programático do que se ensina nas escolas brasileiras à juventude. Propaganda socialista da pior espécie. E foi no governo FHC que esse veneno ganhou corpo. Desde o berço as nossas crianças estão programadas para serem militantes "progressistas" e FHC é o responsável direto pelo que está ocorrendo há pelo menos uma geração. O PT e Lula apenas levaram às últimas conseqüências essa pedagogia do revolucionário. Nossas escolas não formam cidadãos, mas imbecis. O mesmo pode ser dito da tibieza, talvez melhor dizer cumplicidade, com que seu governo tratou o MST e os movimentos indígenas, estes que se tornaram quistos separatistas e liberaram áreas gigantescas do território brasileiro para ações contrárias à soberania nacional. As áreas indígenas hoje estão vedadas até mesmo para a circulação das nossas Forças Armadas. Um crime terrível de lesa-majestade, uma voluntária renúncia de soberania, uma traição aos nossos antepassados e às futuras gerações.

O fato é que a diferença entre FHC e o PT não é programática e nem mesmo de prática política. Nem mesmo ética, visto que o socialismo programático, pregando e executando o distributivismo, nega toda a ética judaico-cristã. A crença na super-tributação (roubo puro via Estado) e na super-regulação (escravidão do mercado ao Estado) está igualmente inscrita nos programas do PSDB e do PT. O que diferencia este último é sua disposição carbonária para o enfrentamento, seu elemento de partido de vanguarda que vê o processo democrático como mero meio para chegar ao fim maior, o poder total do qual não quererá mais sair. E vão fazê-lo, a menos que os brasileiros conscientes levantem-se contra o golpe fatal. O ensaio final para a obtenção do terceiro mandato está em curso e os brasileiros podem esquecer o significado da expressão alternância de poder por longo período.

No artigo publicado no Estadão FHC ("Oportunidade perdida") escreveu: "Causa-me repulsa a falta de compromisso com a verdade dos fatos, a desonestidade intelectual e, principalmente, o tratamento cínico dispensado a indícios graves de improbidade na administração pública e a benevolência com que são tratados infratores amigos ou aliados". Não é coerente, posto que toda teoria e ação socialistas são uma negação da realidade imediata, uma tresvalorização de todos os valores, são o roubo travestido de bom-mocismo, são as transformações do Estado em um monstro a devorar seus próprios súditos. FHC conseguiu, em seu governo, aproximar a arrecadação de impostos em algo próximo a 40% do PIB, uma desgraça que irá perseguir os brasileiros por muitas décadas. E criou um sistema de favorecimento de apaniguados políticos e de nutrição de cabos eleitorais nos grotões pela compra de votos com bolsas disso e daquilo de difícil superação. Orgulha-se desses feitos nefastos. Deveria envergonhar-se, pois é o mal em política, em mais alto grau. Não tem estatura moral para criticar o PT.

Mas quem não tem cão caça com gato, dizemos em nossa sabedoria popular. Se não temos um Churchill, temos que ir de FHC mesmo. Melhor tê-lo na oposição do que apoiando abertamente Lula, do contrário a essa altura nem se discutiria mais o terceiro mandato. Mas o leitor atendo não pode deixar-se enganar. FHC e Lula são farinha do mesmo saco ideológico e são os grandes responsáveis pela grande crise que se avizinha, econômica e institucional. O sofrimento será inevitável, único meio para, de novo, colocar as coisas nos eixos.


Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro (www.nivaldocordeiro.net) é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias.

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