O coração tem um papel muito importante em nossas vidas, que vai além da figura romântica das emoções. Pesquisas recentes mostram que o coração, que tem alguns milhares de neurônios, passa instruções para o cérebro, que é influenciado a nos fazer sentir bem. É como se tivéssemos dois cérebros dentro de um só: um emocional e outro cognitivo, ambos trocando informações precisas. Quando o cérebro emocional não está funcionando bem, o coração sofre e se desgasta. As emoções afetam de forma direta nossa condição de saúde. Emoções boas como gratidão, amor e compaixão nos mantêm saudáveis, e as ruins como raiva, ansiedade e tristeza elevam o nível de estresse e de doenças. Inclusive, o estresse é um dos fatores de risco para as doenças do coração. Para evitar tais problemas é essencial manter a coerência cardíaca, isso é, a comunicação equilibrada e harmônica entre o coração e o cérebro e que tem como conseqüência uma sensação de profundo bem-estar. Mas como reconhecer e ainda manter essa coerência? Com o advento das pesquisas científicas e com o avanço da tecnologia eletrônica, foi desenvolvido um equipamento denominado Biofeedback, que exibe em tempo real as alterações fisiológicas. Somado às pesquisas neuropsicológicas, foi possível chegar a uma variável altamente relevante da relação mente e corpo: a Variabilidade do Ritmo Cardíaco, um verdadeiro espelho eletrônico das emoções. O grau de coerência da variabilidade do ritmo cardíaco sinaliza, no momento presente, o grau de tensão psicoemocional. Quanto mais caos, mais estresse, doenças e infelicidade e quanto mais coerência, mais harmonia, saúde e bem-estar. Com simples técnicas respiratórias, auxiliadas pelo sistema de Biofeedback, a pessoa vai percebendo o quanto suas emoções estão alterando seu físico. E a partir daí ela vai conquistando excelentes graus de coerência cardíaca, tornando-se mais consciente de suas tensões, e refazendo escolhas para uma vida mais plena. Alto nível de coerência cardíaca significa estar em uma grata sensação de bem-estar, independente das pressões reais ou imaginárias existentes. Os benefícios de se "ouvir" o coração e manter essa coerência cardíaca são: melhora da performance e estar mais lúcido com melhor qualidade cognitiva e emocional. Além disso, ocorre uma diminuição de alguns hormônios relacionados ao estresse, que é causado pela pressão e tensão do dia-a-dia, e a produção de outros relacionados ao bem-estar. Isso tudo resulta em um envelhecimento mais lento e uma vida com muito mais disposição e alegria. Saber "ouvir" o que o coração nos fala e seguir seus ditames é uma regra de ouro para a qualidade de vida. Nota do Editor: O Dr. Marco Aurélio Varassin Hernandes é psicólogo e diretor do Instituto Vitalis. É terapeuta bioenergopata, fez gerenciamento do estresse pela universidade do Texas e faz parte do ISMA-BR (International Stress Management Association), HeartMath - USA e Asami (Academia Sul-Americana de Medicina Integrada).
|