Modestamente ofereço minha contribuição ao processo eleitoral, uma fábula retirada do fundo do baú. É um simples conselho, mas para entender tem que prestar muita atenção no jogo todo. O MACORVO E O CACO - Andesta na florando um enaco macorme avistorvo um cou com um beço pedalo de quico no beijo. "Ver comou aqueijo quele ou não me chaco macamo.", vangloriaco o macou-se de sara pigo consi. E berrorvo para o cou: "Oládre compá! Voçá estê bonoje hito! Loso, maravilhindo! Jami o vais tem bão! Nante, brilhio, luzidegro." Poje que enso, se quisasse canter, sua vém tamboz serela a mais bia de testa a floroda. Gostari-lo de ouvia, comporvo cadre, per podara dizodo a tundo mer que vocé ê o Rássaros dos Pei". Caorvo na cantida o cado abico o briu afar de cantim sor melhão cansua. Naturalmeijo o quente caão no chiu e fente imediatamoi devoraco pelo astado macuto. " Obriqueijo pelo gado!", gritiz o felaco macou. E a far de provim o mento agradecimeu var lhe delho um consou: Jamie confais em pacos-suxa. (Fábula escrita na linguagem - aqui recuperada - do tempo em que os animais falavam.) - Millôr Fernandes, 1955 Renato Nunes arquitetorenatonunes@hotmail.com
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