De repente o noticiário ficou repleto de informações vindas daquela distante fronteira de Roraima e da Reserva Raposa do Sol. Bonito nome! Os números são assustadores. E vão dos 1.700.000 hectares (campos de futebol) para estimados 15000 índios (sendo que a metade deles é contrária ao seu isolamento) aos apenas 17 soldados que (sem equipamentos e com canoas) protegem uma faixa de 1385 quilômetros de divisa no extremo norte do Pará. Quem foram e quais qualificações revestiam os "especialistas" que definiram o seu tamanho, perímetro e aquela exata localização? Quais técnicas comprovadas utilizaram neste sofisticado trabalho? Por que, necessariamente, intermináveis 1700000 ha? Por que terras contínuas e (pior) de fronteira? Por que manter, promover ou propor, em pleno século XXI, a manutenção de populações indígenas sem aculturamento? É respeito ou castigo? Índios ainda querem espelhos e apitos? Voltarão a andar nus? Viverão isolados na reserva ou serão tutelados? Quem serão seus tutores? A Funai? As ONGS internacionais? Qual será a língua oficial e quais outras serão "faladas" na reserva? Em muitos locais, do norte do país, índios dirigem modernas (e reluzentes) caminhonetes importadas e pilotam aviões próprios. Os recursos, segundo investigações da PF, quando não de "doações" internacionais, são geralmente oriundos da venda de minérios (valorizadíssimos) e/ou da extração ilegal de madeiras. Todas estas e tantas outras questões povoaram meus pensamentos. O que mais intriga é por que pelo menos uma pequena parcela dos tais intermináveis 1700000 hectares não foram compartilhados com outros brasileiros, carentes de sua próprias subsistências? E são dezenas de milhares! Por exemplo, com os integrantes do MST que querem apenas uma "terra para plantar"! As diferentes e contraditórias, versões parecem até serem propositais. Foram parar no STF. Imaginem os leigos! Como poderão identificar os leões, os lobos, as raposas e os cordeiros?
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