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SEÇÃO
Crônicas
24/04/2008 - 17h04
Agasalho ou protetor
Circe Brasil - Pauta Social
 

A vida social é uma constante aprendizagem, a amorosa, então, deve estar escrita em aramaico grecolatino, ninguém sabe interpretar. Nunca sei o que é o ideal. Busco respostas em poesias, textos, músicas, quadros, cartas, novelas, filmes e todas as outras formas de expressão de sentimentos que me chegam aos olhos e sinto, que o que sinto, todos sentem e se ressentem. Não tem conhecimento, formas nem posição nos humanos, a vaidade e a dominação estão em todos, minando, excluindo e aprisionando relações.

Às vezes quero pensar como o filósofo que disse "Deixe os mortos cuidar dos mortos", e assim me consolar, lembrando de meus limites, mas acabo afirmando que a morte é a única certeza que carrego, e que o difícil é "Ficar vivo entre os vivos". A constante renovação do viver me faz repassar por situações já vencidas, mas mesmo assim me perturbo. É como se ninguém mais quisesse compartilhar, o negócio é disputar. Em terra de cego quem tem um olho precisa ficar sempre acordado para não ser pisoteado.

Não quero mais chorar por aquilo que não posso mudar. Hoje, sei que Deus me fez míope para que eu fosse mais feliz pois foi só eu deixar de chorar por usar óculos, e o mundo ficou mais claro. Assim eu queria que acontecesse com as relações, queria conseguir ver algo mais fraterno e menos egoísta. Conviver com mais autonomia e mais confiança. Para isso somos livres, para ver todos os ângulos e não encobrir os parceiros. Vivo procurando a melhor maneira de realizar sonhos, de encontrar o ser amado, de conviver harmonicamente com colegas de trabalho, de receber o serviço de alguém cordial, de dirigir em espaço respeitoso, enfim, só sonho em ter melhores relacionamentos com outros seres semelhantes.

Onde estou? em Marte? Perdida com certeza! Pois me deparo com a dúvida do que é o meu sonho? Quando quero muito, não consigo. Quando arrumo a mala de véspera, não viajo. Quando entro sorrindo, não sou vista. Quando me perfumo o vento leva o aroma. Mas ainda me encanto com o sorriso de qualquer criança. Com o afago de um idoso, com o abraço de meus pais, com a risada de meus filhos e com as lembranças dos amigos, como um cartão, um livro, um pequeno quadro ou um pato encardido. Nem tudo está perdido, ainda não ceguei minha esperança.

Vejo à frente que o melhor lugar do mundo é aquele em que queremos estar. Pode ser na barriga da mãe ou no colo de um "grandalhão protetor", cada um sabe o seu... o que eu sei é que quando me sinto vazia, perdida e cheia de tudo, me escondo num livro, numa caminhada ou no sono. Bem longe das pessoas. E rezo, rezo muito, acendo velas e leio mantras, mas nem no espaço sinto encher o labirinto da falta do que vai ser entre os humanos.

Nem tudo é dúvida, em outros dias, penso estar com a sabedoria, penso saber fazer escolhas e penso que nada mais basta que eu mesma... convenhamos, viver é não saber pra onde ir e nem com quem, e aos meus companheiros recomendo sabiamente: carreguem sempre um agasalho e o protetor solar, nunca se sabe o dia de amanhã.


Nota do Editor: Circe Brasil é comunicóloga, autora de livro crônicas.

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