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Medicina e Saúde
25/04/2008 - 08h04
90% dos hipertensos não seguem tratamento
 
 
No Dia Nacional do Combate à Hipertensão (26/4), especialista alerta para o controle rigoroso da pressão alta, que acomete principalmente pessoas acima de 65 anos

A hipertensão, uma das principais causas de ataque cardíaco e derrame cerebral, atinge cerca de 40 milhões de pessoas no Brasil. Apesar da gravidade das conseqüências da pressão alta, cerca de 90% dos hipertensos não seguem o tratamento prescrito pelos médicos, segundo o Ministério da Saúde, e um grande número de pessoas nem sabe que sofre do mal. O alerta é do cardiologista Jairo Lins Borges, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, um dos centros de referência da América Latina. "Por isso, é muito importante a mobilização no Dia Nacional de Combate à Hipertensão, no sábado (26/4)", sugere.

Os idosos são os que mais sofrem com a pressão alta. Cerca de 60 a 70% da população de idosos, acima de 65 anos, tem hipertensão, segundo o Ministério da Saúde. Dr. Jairo Lins Borges explica que, com o avanço da idade, a artéria aorta (vasos sangüíneos que levam sangue arterial do coração para o cérebro) começa a calcificar-se e perder a elasticidade, o que faz com que a pressão máxima (pressão sistólica, igual ou superior a 140 mmHg) aumente progressivamente, enquanto a mínima (níveis de pressão diastólica, igual ou superior a 90 mmHg) mantenha-se estável ou até diminua. "Essa diferença cada vez maior entre a máxima e a mínima gera um aumento significativo do risco cardiovascular e é conhecida como pressão de pulso. Esse perfil começa a se desenhar já a partir dos 50 anos de idade", afirma Borges.

Estudos

Um importante estudo populacional denominado ARIC (Atherosclerosis Risk in Communities Study), de 2000, comparou populações - duas mil pessoas - na faixa etária dos 50 a 60 anos, com e sem pressão alta. Desenvolvido por instituições norte-americanas de pesquisa ligadas a órgãos governamentais de saúde, o estudo revela que as pessoas com pressão alta apresentaram mais obesidade, o dobro de casos de doença arterial coronária, o triplo de derrame cerebral e mais do que o dobro de insuficiência renal. Os hipertensos também apresentaram níveis mais elevados de açúcar no sangue, maior resistência à ação da insulina no organismo e o dobro de chance de ficar diabéticos, num prazo de cinco a sete anos, em comparação aos que tinham pressão normal.

"Temos que tratar a pressão alta não apenas para baixar seus números, mas também para proteger os órgãos-alvo (coração, cérebro e rim) e para evitar a piora dos demais fatores de risco, como diabetes e colesterol elevado", afirma o cardiologista.

A pessoa é considerada hipertensa quando a sua pressão arterial estiver maior ou igual a 140/90 mmHg (ou 14 por 9). Porém, Borges esclarece que o controle da pressão arterial depende da condição clínica de cada paciente. "Por exemplo, pacientes com insuficiência renal, doença cardiovascular ou diabetes têm alvos mais rígidos (entre 140/90 e 130/80 mmHg)". Segundo o cardiologista, dados de literatura demonstram que somente 6% alcançam todos esses alvos. "Ainda estamos longe do ideal", completa.

O público jovem também sofre de hipertensão, mas os números são bem menores, provavelmente da ordem de 5% a 10%. "No entanto, esse cenário está mudando porque os jovens estão engordando, comendo mais sal, açúcar e gordura e parando de praticar exercícios", diz Borges. Com isso, segundo ele, o risco cardiovascular mais elevado está se deslocando para faixas etárias mais jovens, apesar de todo o conhecimento e recurso terapêuticos que se dispõe hoje.

Tratamento

O tratamento da hipertensão arterial é feito com medicamentos muito eficazes, seguros e que apresentam baixo risco de provocar efeitos colaterais. Devem, no entanto, ser utilizados exclusivamente sob orientação médica. Mais recentemente, novas descobertas mostraram que, embora todas as classes de medicamentos anti-hipertensivos tenham a mesma potência para baixar a pressão arterial, alguns agentes como os inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA) apresentam vantagens adicionais importantes. Por exemplo, no estudo AACOMPLISH, envolvendo 11 mil pacientes e cinco anos de duração, apresentado no American College of Cardiology 2008, mostrou que o inibidor da ECA com antagonista de cálcio reduziu em 20% o risco cardiovascular.

Outro recente estudo norte-americano ONTARGET (que confirmou o conhecido estudo HOPE) mostrou que pacientes acima de 55 anos, com doença cardiovascular ou diabetes, beneficiam-se da utilização do ramipril, um dos inibidores da ECA mais utilizados em todo o mundo.

"Para controlar a perda de proteína no rim, evitar a progressão da insuficiência renal, a piora do diabetes, além de baixar mais intensiva e rigorosamente a pressão arterial, a preferência é pela utilização de inibidores da ECA", conclui Borges.

Recomendações do Dr. Jairo Lins Borges para evitar a hipertensão e para um maior controle:

1. Ingerir alimentos o mais sem sal possível. Já existe sal em grande parte dos alimentos que consumimos. Como regra, não há necessidade de adição desse condimento.

2. Evitar ganhar peso, especialmente evitar o aumento da cintura abdominal, o que aumenta a pressão e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes.

3. Levar vida tranqüila. Corrigir as falhas de sua personalidade que levam ao estresse e evitar tensão excessiva nos ambientes em que vive.

4. Praticar alguma atividade física regularmente. O mínimo recomendável é andar 30 minutos de forma agradável e evitar as horas de maior calor do dia. O ideal é andar uma hora por dia, cinco a seis vezes por semana. Para os idosos ou mais fragilizados, a caminhada pode ser dividida em "duas prestações" de 20 a 30 minutos. Uma ao amanhecer e outra à tarde ou à noite.

5. Evitar o fumo.

6. Consumir bebidas alcoólicas com bastante moderação.

Hipertensão

Hipertensão Arterial ou pressão alta é quando a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias para se movimentar é muito forte, ficando acima dos valores considerados normais.

A maioria das pessoas com pressão alta não apresenta nenhum sintoma no início da doença; por isso, é chamada de "inimiga silenciosa". A única forma de se saber se a pressão está alta é verificando regularmente os seus valores, o que pode ser feito em ambulatórios e hospitais.

Os sintomas atribuídos ao aumento da pressão são: dor de cabeça, cansaço, tonturas, sangramento pelo nariz, entre outros, porém esses podem não estar associados à pressão alta.

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