Caro Beto, Lendo o tal decreto 50.889 penso que existe uma preocupação com a preservação ou com a recomposição de cobertura verde, o que é louvável mas, não pode ser confundido além do que realmente é: "cobertura verde". O que me incomoda é a forma assertiva, convicta e de imposição didática que propõem para a "recuperação" do que é irrecuperável. Feita a intervenção, aquele ambiente jamais voltará a ser o que era. Pode-se recuperar a forma, a moldura, mas não se recupera o equilíbrio das espécies e populações que ali "coexistiam". Não tem foco as considerações as áreas destinadas pastagens. O nosso gado de corte, considerado orgânico no exterior e, por tal diferencial, tem bom preço, por óbvio, necessita, ao contrário do "europeu", que utiliza a forma confinada (mantida com rações suplementos e hormonais), de grandes extensões de pasto. Assim, a crítica do decreto do uso de grandes extensões pelos nossos produtores é no mínimo ingênua. Idem para os percentuais distribuídos pelas culturas anuais, perenes e, semiperenes. As culturas ali referidas não podem obedecer outro código que não o do volátil mercado dos preços agrícolas. Por exemplo, quantas culturas e quantos hectares perenes de café ou de cítricos, estão sendo, neste exato momento, substituídos pela cultura da cana? Qual a diferença entre extensões de cana ou de pasto? Monoculturas? De toda forma, também neste decreto vejo o mesmo círculo vicioso. Não considerar o homem e, sua intervenção (proporcional a sua educação, costume e interesse de sobrevivência e/ou acumulação de riqueza) no meio. Creio que a educação (e não a sobreposição de leis e decretos) é que poderá, ao longo do tempo, mudar conceitos depositados nos DNAs das consciências. Quem sabe um dia a razão prevaleça? Você recebeu o Plano Diretor de Itacaré ou só o Plano Náutico da BA? Se não recebeu me informe para que eu lhe re-envie. É muito carregado e demora muito para abrir, mas vale a pena. Fico grato pelo envio deste decreto que desconhecia. Renovo o convite para uma hora dessas, quando lhe for oportuno, um papo descontraído e "panorâmico" sobre Ubatuba. Que tal? ET: Minhas desculpas pelas críticas (as que não forem compartilhadas) ao tal decreto. Abraço, Ronaldo Dias
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