09/09/2025  06h19
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Crônicas
03/05/2008 - 05h58
A Semana das Profissões
Paulo Araújo
 
Crônicas de um jovem vendedor

Sempre que perguntavam o que Fernandinho Ignácio Cardoso da Silva queria ser quando crescesse ele logo respondia:

- Adulto, ué! Dããã!

Aí o honorável questionador reformulava a pergunta:

- Eu sei, engraçadinho, mas no que você sonha em trabalhar?

Aí ele completava:

- Ah, bom. Eu quero ser lixeiro!

- Por quê? - Retornava o honorável.

- Para poder andar de caminhão o dia inteiro!

Mas logo no início daquela quarta-feira nublada ao sentar-se para o café Fernandinho Ignácio foi logo disparando sem dó nem piedade:

- Decidi! Quero ser vendedor quando crescer!

O seu pai Luizinho Washington ficou boquiaberto e com um ar de deboche respondeu:

- Você ouviu isso Nely Maria? Nosso filho quer ser vendedor!

- Deus me livre! Não quero um filho mal falado na família. Já pensou o que minha mãe irá dizer?

Fernandinho Ignácio explicou que por aqueles dias estava acontecendo a Semana das Profissões no colégio e a que mais lhe chamava a atenção era a de vendedor por causa das viagens e prêmios que o pai do seu amigo Zequinha Dirceu havia ganhado.

Luizinho Washington lhe disse que pra isso nem existia faculdade e que ele podia ser outra coisa. Ele sugeria e Fernandinho Ignácio respondia:

- Que tal médico?

- Detesto sangue pai!

- Então político?

- Não é feio ser mentiroso?

- Engenharia da Computação?

- Pai, eu gosto de gente.

- Pai, mãe, vocês não estão entendendo. Eu quero ser VEN-DE-DOR!

Luizinho Washington como última alternativa e percebendo a gravidade da situação declarou:

- TUDO MENOS VENDEDOR! Já sei! Vou mandar benzer esse moleque.

- Benzer como?

- Benzer ora. Benzer benzendo!

A benzedeira disse que uma reza bem-feita tirava essa idéia maluca da cabeça do garoto. Sugeriu que benzessem o gurizinho por três dias seguidos sempre no mesmo horário e com a mesma cueca com dólar na estampa.

No último dia ao pegar o rebento, Nely Maria notou que a benzedeira ao se despedir de nosso herói tinha umas rifas na mão direita.

- Mas o que é isso na sua mão?

- Umas rifas que comprei de Fernandinho Ignácio. Tem cada conversa esse menino!

Nely Maria pensou, mas só pensou:

- Ai Jesus!

Moral da história: estimule e aprimores sempre os dons. Sejam seus, dos seus filhos, colegas ou até da sogra. Vendedor de verdade não tem vergonha da profissão. E ponto final.


Nota do Editor: Paulo Araújo (www.pauloaraujo.com.br) é escritor e conferencista. Administrador de Empresas, pós-graduado em Marketing e em Gestão pela Qualidade e Produtividade.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "CRÔNICAS"Índice das publicações sobre "CRÔNICAS"
31/12/2022 - 07h23 Enfim, `Arteado´!
30/12/2022 - 05h37 É pracabá
29/12/2022 - 06h33 Onde nascem os meus monstros
28/12/2022 - 06h39 Um Natal adulto
27/12/2022 - 07h36 Holy Night
26/12/2022 - 07h44 A vitória da Argentina
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.