As praias de Ubatuba, os rios de Ubatuba, as montanhas de Ubatuba, a Mata Atlântica de Ubatuba e também, porque não, o mar de Ubatuba. Ingerência que soma é bem-vinda, todo e qualquer tipo de arbitramento deve ser rechaçado, entregar a outros a gestão do patrimônio do município equivale a terceirizar sua liberdade e maniatar sua economia. No ano de 1977 foi criado o Núcleo Picinguaba do PESM ocupa uma área de 47.000 há, o equivalente a 80% da área do município de Ubatuba. São 25 as pessoas que trabalham na manutenção e fiscalização do núcleo, sendo que 09 trabalham de segunda a sexta-feira, os demais em turnos de 03 a 04 pessoas no sábado e domingo. O Núcleo tem um site e nele os itens: educação ambiental, pesquisa, proteção e como visitar não dispõe de texto, o telefone fornecido (12) 3832-9062 não existe e quando se clica em "saiba mais sobre Ubatuba" acessa-se um site comercial. Trecho do WIKIPÉDIA sobre parque estadual ..."onde a caça e o corte de palmito é comum, a fiscalização é quase inexistente". Criar área de preservação marítima ambiental sem um programa de sustentação, alegando que isso irá por fim a pesca predatória de arrasto? Pergunto: existe estudo do impacto nas condições atuais? Essas áreas receberão o mesmo tratamento que o núcleo da Picinguaba vem recebendo? Foram gastos nos Estados Unidos da América do Norte US$ 60 bilhões em atividades diretamente ligadas a pesca esportiva, 37,5 milhões de licenças de pesca foram expedidas com a geração de 1.2 milhões de empregos diretos ( National Survey off Fishing Hunting and Wildlife). Canada, Nova Zelandia, Costa Rica Argentina e Chile vem realizando receitas significativas viabilizando recursos para o desenvolvimento da pesca esportiva assim como de outros setores notadamente o turismo e meio ambiente. O Brasil é detentor dos recordes internacionais do Tucunaré (12,5 kg) e do Marlin Azul (636 kg), dono de 8.400 km de costeira e uma rede hidrográfica pra ninguém botar defeito. O Pantanal recebe 150.000 pescadores anualmente, na Amazônia notadamente o Tapajós, Tocantins, Negro, Trombeta e Xingu são os preferidos dos estrangeiros. Existe o PNDPA (Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora) criado pelo Ministério de Esportes e Turismo / Embratur / Ministério de Meio Ambiente / Ibama recebendo apoio do programa das Nações Unidas para o desenvolvimento por meio de projetos da pesca amadora. E por que não vingou? foram as parelhas de arrasto ou a especulação imobiliária? Foi a falta de planejamento ou foi muito blablablá? A pesca é imperiosa como atividade de desenvolvimento sustentável já que esta atrelada a necessidade da preservação dos mares, rios e espécies sem os quais não há continuidade da atividade. O Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos da PUCPR está repovoando a baía de Guaratuba com alevinos de robalo. Existem muitos projetos implantados e atuantes que estão repovoando rios lagoas e açudes. Qual é realmente a preocupação do Poder Público, a diminuição de pescado, a pesca de arrasto por parelhas ou ambas? Vamos trabalhar com foco definido, sejamos coerentes vamos investir em pesquisa, povoar o mar com alevinos, saturar as zonas de arrasto com recifes artificiais, que o Poder Público seja atuante, acabe com a poluição nos rios e mar, crie campanhas de conscientização e outras coisinhas mais. Isso é bem mais difícil e exige mais trabalho do que numa sala com ar condicionado, entre um cafezinho e outro, debruçar sobre uma carta náutica e com um crayon delimitar área de proteção marítima. Quando a função é desviada ou esquecida há conseqüente redução de credibilidade do Poder Público. Ezio Pastore Junior Ubatuba, SP
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