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Opinião
04/05/2008 - 19h02
Prisão de Roberto Cabrini
Elizabeth Misciasci
 
Veracidade do caso - Esclarecimentos necessários

Detido em 15 de abril de 2008 na periferia de São Paulo (Jardim Ângela), sob a acusação de tráfico de drogas, o jornalista Roberto Cabrini passou dois dias preso.

Na verdade, a história começa antes da suposta flagrância, em face de drogas, o que originou sua prisão.

Cabrini, em maio de 2006, levou ao ar pela TV Bandeirantes, uma entrevista feita por telefone com o sentenciado Marcos W. Camacho, o Marcola (líder do Primeiro Comando da Capital).

Na época, as autoridades alarmadas, devido aos ataques que ocorriam em São Paulo, disseram que a voz do entrevistado (Marcola) não era do apenado.

Diante de tais fatos, fora instaurado um inquérito contra o jornalista, neste, relatava ter Cabrini usado de (*) falsidade ideológica...

(*) Art. 299 do Código Penal Brasileiro) - "Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se o documento é particular."

Em razão de tais acontecimentos, e sem evidencias explícitas quanto à veracidade da respectiva entrevista, o assunto tornou-se polêmico. No entanto, tendo em vista a vasta especulação em torno da matéria, e opiniões "avessas" sobre a conduta jornalística de Cabrini restou para o público apenas um imenso vazio.

Os elementos que de fato interessavam, não foram esclarecidos, tendo-se desvio do mérito, ou seja, quem havia ouvido a entrevista, ouviu e tirou suas conclusões... Quem só leu e ouviu o assunto através da imprensa, "julgou e sentenciou" o jornalista...

O que não deixa de ser motivo de frustração para qualquer profissional sério, que mesmo momentaneamente, sai da condição de profissional, para o papel (até então suposto) de "agente delituoso". Ora, se existem elementos que possam elucidar um caso e se este até por uma questão lógica, não foi explorado pelo lado correto do prisma, que se busquem as peças que possam corroborar o mesmo.

Assim sendo (conforme informações dadas e checadas de fontes diversas), desde o episódio da respectiva entrevista e respectivos constrangimentos, Cabrini, decepcionado e inconformado, nunca descartou a hipótese de esclarecer por meio de prova, o ocorrido, razão da aproximação de Nadir Dias, conhecida como Nádia.

Segundo ele, Nádia, que fazia a ponte com o PCC, disse ter um depoimento de Marcola confirmando a autenticidade da entrevista em Dvds. No dia de sua prisão Cabrini rumou para o Jardim Ângela, região violenta da periferia, e se encontrou com a moça. Ela pediu para o jornalista dar uma volta e estacionar em outro local.

No trajeto, Nádia, que estava ao celular, dizia insistentemente: (segundo o advogado de Cabrini, Dr. Renato Martins) - "Estou em tal lugar, perto da padaria. Pegue-me lá.".

(...)

Cabrini foi preso em flagrante por tráfico de drogas.

Em seu depoimento na delegacia, o jornalista mencionou que os dez papelotes encontrados em seu carro poderiam ter sido plantados pelos policiais civis que o bordaram... A Justiça entendeu que o jornalista, não é traficante e relaxou a prisão.

(...)

- "Não fizeram isso comigo de graça. O que existe por trás (da prisão) é grande. Estamos falando de gente que mata"! - Exalta o jornalista, que também define toda a circunstância como uma ’cilada’.

Visivelmente cansado, entristecido e extremamente abatido, Cabrini finalizou:

- "Eu gostaria de agradecer o carinho de todos vocês". Cabrini faz uma pausa, e conclui: - "Pretendo dar detalhes depois com mais calma. Pretendo falar sobre tudo isso. Evidentemente há uma série de coisas [sobre] as quais eu não estou feliz, mas nesse momento eu quero dizer para vocês que vou continuar fazendo o meu trabalho da mesma forma e com mais coragem ainda.".

E que assim seja.. E será!


Nota do Editor: Elizabeth Misciasci (www.jornalista.eunanet.net) é jornalista, escritora humanista, pesquisadora, presidente do Projeto zaP! e editora Executiva da Revista zaP.

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