Todo o jovem que chega ao final da escola, se depara com o mesmo problema, escolher a carreira certa. É muito difícil tomar uma decisão que poderá influenciar no resto da vida, e com certeza, o jovem acaba se angustiando quando não descobriu sua verdadeira vocação. São muitos os cursos e oportunidades, contudo, a falta do autoconhecimento, é um dos principais motivos da incerteza. Apesar do aumento da produtividade em muitas carreiras, do surgimento de novos nichos de mercado e da expansão da globalização, a maioria dos estudantes não consegue absorver todo conteúdo necessário, capaz de auxiliá-lo a tomar uma decisão segura. Ao contrário, são bombardeados de informações sem sentido, que às vezes, soam como imposição. A real e completa falta de bom senso é um dos condutores desse problema. Os estudantes só são expostos às histórias profissionais, por meio dos seus pais e parentes próximos. Muitos deles não tiveram contato permanente com outros profissionais, o que reduz a chance de autoconhecimento e reconhecimento deles próprios em alguma carreira. Com certeza, existem aqueles que nascem sabedores de sua profissão, mais a maioria pertence a um grupo de jovens, cheios de energia e sonhos, que freqüentemente se frustram ao entrar em uma faculdade. Na maioria, são os estudantes reféns da falta de conhecimento próprio, e que são massacrados e repreendidos, por terem idéias opostas ou por serem contestadores. A grande falha é da escola, que não educa, e instrui. Vivemos em um país onde a falta de educação é uma vertente opressiva da ignorância, que produz um sistema corrupto e estagnador. A maior vergonha de todas é que, além de não termos uma educação pública ideal, a maioria das escolas particulares, que recebem muito dinheiro, preferem dar foco ao vestibular. Muitas se gabaritam, para gerar uma infra-estrutura ideal, e ajudar o aluno a atingir resultados expressivos. Porém, do que adianta, ao estudante, se dedicar um ano inteiro para entrar em uma boa faculdade, e depois descobrir que o curso escolhido não tem nada a ver com ele. Os colégios fazem propagandas massivas comemorando o sucesso de seus alunos no vestibular, porém, quando o aluno se frustra, e descobre que optou pela faculdade errada, nada fazem para ajudá-lo. Por quê, muitos dos colégios, que divulgam as enormes listas, não divulgam uma lista dos ex-alunos, relatando se estão felizes nos seus empregos? Por quê eles não mostram uma lista de quantos estudantes trocaram de curso, pois não obtiveram algo substancial, que pudesse torná-los autoconhecedores? É lamentável que com tantos talentos, os estudantes sejam condicionados aos mesmos princípios. As escolas precisam saber que a formação de uma pessoa é feita através do autoconhecimento. Autoconhecimento que vai trazer segurança ao aluno na hora de escolher uma carreira, autoconhecimento que vai gerar um caráter desafiador e motivador, autoconhecimento que vai impedir a frustração. O avanço e crescimento de um país se dão através de pessoas competentes. De pessoas que estejam utilizando seus talentos. Nenhuma competência vai se fazer plena sem talento. E nenhum talento vai surgir se não houver pessoas, lugares e principalmente educadores que os tornem possíveis. Quando vejo propagandas de colégios comemorando x números de aprovados em vestibular, fico triste, pois sei que não está havendo progressos, nem mesmo uma vontade plena de mudar.
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