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Medicina e Saúde
15/05/2008 - 11h00
Afinal o que é TDAH?
Raquel Caruso
 

O TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade é definido, segundo o DSMIV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (APA, 1994) como sendo um “transtorno de desenvolvimento decorrente do mal funcionamento de certas áreas do cérebro que comandam o comportamento inibitório (freio), a capacidade de executar tarefas de planejamento, a memória de trabalho (entre outras funções), determinando que o indivíduo apresente sintomas de desatenção, agitação (hiperatividade) e impulsividade”. Sua prevalência é de aproximadamente 6% e com maior incidência no sexo masculino.

Suas causas podem ser genéticas: de caráter hereditário, ocorrendo portanto, entre as gerações; estruturais: focadas principalmente, nas regiões pré-frontal (considerando o comportamento inibitório (freios) e as áreas têmporo–parietais (ajudam na atenção seletiva)); funcionais: baixa produção ou subutilização dos neurotransmissores; fatores ambientais, que engloba família, escola, substância ingerida pela mãe durante o período de gestação; sofrimento fetal e complicação no parto.

As principais características do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade são:

- baixa tolerância à frustração;
- acessos de raiva;
- comportamento “mandão”;
- teimosia;
- insistência excessiva;
- instabilidade do humor;
- redução das atividades inibitórias (atividade aumentada no hemisfério direito do cérebro);
- criatividade;
- imaturidade emocional;
- inquietação mental permanente (hiper-reatividade externa e interna);
- baixa auto-estima;
- sensação de incapacidade;
- comprometimento e hostilidade nos relacionamentos familiares;
- variabilidade de QI (Quoeficiente de Inteligência);
- cansaço fácil;
- transição rápida de atividades dirigidas a metas;
- associações irrelevantes;
- consciência confusa;
- instabilidade de respostas seletivas;
- dificuldade em acionar a memória episódica (funciona impulsividade);
- presença de hiperfoco (concentração intensa em um único assunto num determinado período);
- muita intensidade: dor, alegria, fé, desespero.

Para um diagnóstico adequado é importante a avaliação abrangente para eliminar outras causas e determinar a presença ou não de fatores concomitantes. Normalmente é realizada, por um médico e equipe multidisciplinar.

Após a avaliação, a intervenção clínica será analisada caso a caso, para se avaliar as prioridades. Porém, a família e a escola sempre deverão participar do acompanhamento, assim como, os profissionais envolvidos em atividades extracurriculares.

A necessidade de medicação será avaliada e direcionada por médico especialista em TDAH, que sempre deverá considerar vários aspectos: paciente, a idade, capacidade de deglutir comprimido, disponibilidade, custo, perfil de efeitos colaterais, adesão ao tratamento e aspectos referentes ao estado físico do paciente de uma forma global.

Porém, o que os pacientes e responsáveis devem ter em mente é que os remédios não curam o TDAH, eles tratam, e, se interrompidos, os sintomas podem reaparecer.

Para os professores de alunos portadores de TDAH, algumas dicas:

- conhecer o TDAH;
- conhecer individualmente o aluno;
- dar ordens positivas e curtas;
- respeitar o ritmo pessoal do aluno;
- trabalhar por períodos curtos, com atividade física intercalada;
- estabelecer uma organização na sala de aula, física e funcionalmente;
- dar oportunidade para a criança ser bem sucedida;
- elogiar sempre que ela merecer;
- certificar-se de que a criança ouviu e entendeu a instrução dada;
- dividir uma tarefa em diversas pequenas e viáveis;
- estabelecer um tempo determinado para as tarefas;
- chamar a criança pelo nome (para que ela preste atenção), tocar no braço ou usar um sinal não-verbal pré-estabelecido, para que ela preste atenção;
- não usar outros horários para a criança fazer tarefas (lanche, intervalo), porque ela precisa correr e fazer exercícios;
- não cobrar resultado, mas sim empenho;
- estipular regras, fazer combinados e estabelecer limites e impor sanções, já que o TDAH não deve ser usado como atenuante para uma infração grave ou repetida;
- perceber qual é o melhor lugar para cada criança se sentar: se na frente, para prestar mais atenção; ou atrás, para poder se movimentar sem incomodar ninguém;
- fazer exigências coerentes;
- ao fazer mudanças, avisar antecipadamente, pois a criança desatenta se confunde;
- evitar superestimulação, quando ela tem sucesso;
- utilizar recursos visuais para as atividades, porque a fixação da imagem é melhor do que a do som ;
- usar atividades de ensino diversificadas e que exijam a ação da criança, para não serem monótonas nem repetitivas;
- quanto mais estímulo mais conexões neurais são realizadas;
- estimular e motivar são importantes para o ato de aprender.

Ser portador do TDAH não é empecilho para que o indivíduo se torne um profissional capacitado e bem sucedido na vida!

O fundamental é ter acompanhamento especializado para a criança, com orientação aos cuidadores.


Nota do Editor: Raquel Caruso é psicopedagoga, fonoaudióloga e psicomotricista da EDAC – Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico, em São Paulo.

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