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Crônicas
16/05/2008 - 12h48
Somos todos pobres mortais
Seu Pedro
 

Nada mais oportuno que lembrar um pouco do latim, ainda mais na época em que a Igreja Católica, em obediência ao "Santo Papa", se verá obrigada a celebrar a missa nesta língua, que nada tem a ver com a linguagem que falava Cristo. Nostris ipsorum alis capimur, cogita te mortalem sumus - Somos apanhados pelas nossas próprias asas, lembra-te de que somos mortais! É oportuno dizer que a frase é fulcro de uma grande experiência milenar, mas nos foi encaminhada, recentemente, em um texto alheio e que ela agora tomo.

Vivemos em um tempo do faz-de-conta, em que não nos vale ser muita coisa, principalmente sendo a favor da comunidade, pois a sociedade pobre e apodrecida só raciocina a favor dela própria. Não abre mão de sua cota de felicidade a favor do menor mal aos pobres, fracos e oprimidos. As palavras do profeta revelam a missão cristã que passará a ser cumprida na Terra: libertar cativos - físicos e morais -, dar vista aos cegos, justiça aos oprimidos e, sobretudo, proclamar a graça do Senhor para com seus filhos. É o próprio Deus entre nós, através de pequenas ações do homem, através da principal lição ensinada por Jesus: o amor.

Ao homem é dada a lei criada por ele mesmo, Jesus. No entanto, muda a essência da aplicação da lei que Ele não contraria a existência; "Dai a César o que é de César", mas o dai com amor e não com ódio. Pagam-se os impostos da lei com revolta, seja uma recomendação bíblica ou uma espontaneidade. Até as ofertas da igreja soam como "esmolas", e a nota mais velha entre as de menos valor são colocadas na cesta de coleta. Se pra com Deus assim fazem, o que não fazem ao homem?

Vive-se a pedir aos homens policiais, e a Deus também, que prendam os assassinos, ladrões, estupradores, estelionatários e contraventores, sem ao menos questionar-lhes a razão de terem enveredado pelo caminho do crime. Os juízes, com raras exceções, agem friamente na aplicação das leis, e a sociedade aplaude, permeando-lhes a idéia de dever cumprido. Prender é o caminho. Fazer o Estado cumprir sua obrigação para quê? A sociedade foi contemplada, esquecem-se, porém, que a prisão deve ser executada no sentido de regenerar o homem. Aqui também há exceções.

Ao Estado é obrigação, na lei criada pelos homens, e que também cria o Conselho, prover de instalações adequadas, de alimentação adequada (não é luxo!), de assistência médica, dentária e psicológica dos detentos e promover-lhes a re-socialização. As obrigações perante Deus são maiores. Se o Estado não faz a sua parte, faça-se pelo menos a parte que cabe a Deus, pondo nas tarefas um pouco de amor. E, a exemplo, a família ainda é a maior fonte de amor a uma pessoa.

Que se criem presídios para todos, que a Lei dos homens seja cumprida em todos os aspectos, não apenas no prender, mas no sentido de prover-se a lei por um todo. E se faltarem recursos, que a lei vá de encontro ao clandestino, faça-o ver o quanto é necessário pagar o imposto. Remodele-se o Sistema Penitenciário e se cumpra a lei. Discuta-se com os Conselhos a melhor forma de se procurar - não para o preso, mas para o futuro da sociedade - se fazer cumprir uma pena, re-socializando o preso.

Vamos ouvir mais as necessidades de nossa comunidade, pois só há duas maneiras de se esvaziar o cárcere: empurrando os presos para outro, ou prevenindo o crime com educação, saúde, aconselhamento, comportamento da família e amor. Esta última ação nos parece a mais indicada. Fora dela, há a fermentação do ódio. E, mais difícil, quase impossível, a regeneração de quem tenha cometido um crime. Cada caso é um caso, mas cinco não são iguais. Apenas somos todos pobres mortais.


Nota do Editor: Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, DRT-398/BA, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi Bahia... É jornalista investigativo, escritor, poeta, e adepto do humor. Também conhecido como "Jornalista do Sertão". E-mail: seupedro@micks.com.br.

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