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Opinião
19/05/2008 - 13h21
Nem “Luxemburgos”, nem “Parreiras”...
Dieter Kelber
 
As empresas precisam de mais “Felipões”

Responda rápido, qual seria o treinador de futebol ideal para conduzir uma empresa? As opções são muitas e os critérios de escolha são extremamente subjetivos. Para ajudar a decisão, sugiro o nome de três profissionais, aparentemente bem-sucedidos: Vanderlei Luxemburgo, Carlos Alberto Parreira e Luiz Felipe Scolari, o Felipão.

As similitudes entre o futebol e a vida corporativa são evidentes, sobretudo em relação à necessidade de motivação constante, a preconização do trabalho em equipe para o alcance das metas, a constante preocupação com números/resultados obtidos, as estratégias, entre outras.

Por este motivo, e aqui não cabe nenhuma discussão sobre as conquistas de cada um dos citados, meu escolhido seria Felipão! O treinador gaúcho sabe trabalhar com a “cabeça e o coração” – o racional e o emocional - conforme os cenários exijam ciência ou arte (ou os dois ao mesmo tempo). Desta forma, ele pode ser caracterizado como um genuíno “Lidestor”. Um líder com uma imensa capacidade de gerenciamento.

Carlos Alberto Parreira pode ser visto como um líder com perfil para comandar ou coordenar um grupo. Indubitavelmente, o treinador carioca tem carisma, sabe se comunicar com maestria, parece saber ouvir o que os seus subordinados têm a dizer e, com paciência e compreensão, absorver críticas e sugestões e aplicá-las. Mas seus macroresultados serão tão bons assim?

Vanderlei Luxemburgo tem o perfil de gestor à moda antiga, do tipo “Eu penso, você executa“. Centrado na produção e na obtenção de resultados rápidos, em equilíbrio com um ambiente sempre extremamente motivador e com estímulo à inovação e flexibilidade, sempre acreditando estar agregando valor. Volta a pergunta: seus macroresultados seriam tão bons assim?

Por outro lado, Felipão é a personificação do “Lidestor”, conjuga o melhor do líder Parreira e do gestor Luxemburgo. O técnico gaúcho é intuitivo, inovador, tem a capacidade de gerir todos os processos, é extremamente dedicado ao grupo e pode ser definido como um holista. Sabe ouvir, controlar, orientar, planejar, dar “feedback”, delegar, corrigir, tomar decisões, motivar, trabalhar em e com equipes. Dedica-se para o sucesso do tudo e de todos, desenvolve as pessoas e tem talento social; mas, não se distancia dos resultados. Sabe bem que uma boa estratégia e a gestão eficiente das regras do negócio são fundamentais.

Além da sensibilidade aguçada, Scolari é muito dedicado ao coletivo e não se acanha em aprender a aprender, aprender a aprimorar, aprender a reaprender, aprender a recomeçar, aprender a ensinar e, assim, fomentar a melhoria contínua. E, é bem visível a sua preocupação com os resultados. Sempre coerentes e reais.

No ambiente de trabalho, assim como na vida corporativa, é fácil identificar “Parreiras” e “Luxemburgos”. Há profissionais que são claramente líderes. Incentivam, cativam, reconhecem, orientam e organizam a equipe, mas são péssimos em administrar prazos e verbas, e principalmente resultados. Por outro lado, há os fantásticos “tocadores de projetos”, comandando centenas de pessoas com a precisão de um relógio, mas sem a mínima sensibilidade em relação aos seus subordinados. E, no fim, os alcançados resultados serão destruídos pelos custos que os “mortos e feridos deixarão no caminho”.

Com a inserção cada vez maior das empresas no contexto do desenvolvimento econômico e da sustentabilidade, são cada vez mais necessários os Felipões, ou “lidestores”, pessoas que aliem a criatividade dos líderes com a eficiência e a eficácia dos gestores. Ou ainda, pessoas aptas a planejar como gestores, mas com a visão do todo, como os líderes intuitivos.

Vale ressaltar que a afirmação “a eficácia organizacional não está no conceito obtuso denominado ’racionalidade’; ela reside na mistura de uma lógica cristalina com uma intuição poderosa”, do conceituado professor Henry Mintzberg, Ph.D. em administração empresarial pela MIT Sloan School of Management e considerado um dos mais importantes gurus mundiais da estratégia, corrobora minha preferência por Felipão! E você? Opta por quem?


Nota do Editor: Dieter Kelber é pesquisador, consultor e diretor-executivo do INSADI Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual e da Business Process School. E-mail: dieter.kelber@insadi.org.br.

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