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Medicina e Saúde
29/05/2008 - 16h19
Câncer de pulmão: elas estão morrendo
Carla Furtado
 
Foi necessário pouco mais de uma década para que o câncer de pulmão saltasse do 4° para o 2° lugar no ranking dos tumores que mais matam mulheres no Brasil

No mês que marca a passagem do Dia Mundial Sem Tabaco (31/05), as atenções voltam-se a elas, as mulheres, que passaram a ocupar mais espaço entre as vítimas fatais do câncer de pulmão - doença diretamente ligada ao tabagismo. As estatísticas mostram que entre 1990 e 2002, o câncer de pulmão saltou de quarto para segundo lugar no ranking dos tumores que mais matam pacientes do sexo feminino no Brasil, perdendo apenas para o câncer de mama.

"O que vemos hoje é o resultado das estratégias estabelecidas pela indústria do tabaco no passado, com o objetivo de seduzir o público feminino", afirma Dr. João Nunes, coordenador do serviço e da residência em oncologia do Hospital Universitário de Brasília. Há apenas seis anos, a publicidade de produtos derivados do tabaco foi proibida no Brasil. Até então, mulheres independentes figuravam nos anúncios, vinculando a emancipação ao hábito de fumar.

Hoje, a emancipação feminina já é uma realidade significativamente consolidada. E neste contexto o cigarro deve ser ainda mais combatido. Isso porque as mulheres modernas estão mais propensas a problemas relacionados ao stress e à falta de cuidados com a saúde, já que dedicam grande parte do tempo ao trabalho, pouco tempo à prática de exercícios e ainda, muitas vezes, chefiam suas família. Com tantas atividades, a busca por uma vida mais saudável é fundamental e, neste panorama, o cigarro deve ser considerado um inimigo e não uma viciosa válvula de escape.

Mesmo assim, a perigosa sedução já atingiu, inclusive, as pré-adolescentes. Estudo realizado em 10 capitais brasileiras mostrou que as meninas experimentam cigarro em maior proporção que os meninos. "A Organização Mundial de Saúde determinou que este ano todos os esforços para o dia 31 de maio sejam direcionados ao tema ’Juventude Livre do Tabaco’. Assim, as ações devem ser customizadas para ambos os sexos", comenta Dr. Nunes, que integra o grupo de oncologistas por trás do movimento "Sem Tabaco, 100% Fashion" - que usa a moda como veículo para alertar mulheres das mais variadas idades.

Risco dobrado - Houve um tempo em que se acreditava que as conseqüências do tabagismo eram mais fortes nos homens. Atualmente já se sabe que a verdade é bem diferente. "Mulheres que fumam e usam pílula anticoncepcional correm até 10 vezes mais riscos de infarto do que aquelas que usam apenas o contraceptivo", descreve o oncologista. Os dados são alarmantes: cerca de 40% dos óbitos em mulheres com menos de 65 anos estão ligados ao cigarro. Fumar eleva ainda os riscos de infertilidade, câncer de colo de útero e menopausa precoce.

Se hoje a propaganda não é mais aliada da disseminação do tabagismo, um mito segue firme dificultando a cessação do hábito. "Muitas mulheres acreditam que ao abandonar o vício vão engordar. Em nome do peso, seguem colocando em risco a vida", descreve Dr. Nunes.

Avanços no tratamento - Anualmente, mais de um milhão de novos casos de câncer de pulmão são diagnosticados no mundo. Paralelo a isso, pesquisadores seguem em busca de tratamentos mais eficazes. Entre os avanços observados no último ano está a introdução de anticorpo monoclonal específico para tratamento do câncer de pulmão. "Os anticorpos monoclonais são remédios que atingem apenas as células doentes, fazem parta da chamada terapia-alvo", esclarece Dr. Murilo Buso, do Centro de Câncer de Brasília. Com a droga Erlotinibe, quimioterapia oral, a expectativa de vida dos pacientes foi elevada em cerca de 42%. O tratamento é indicado para pacientes em estágio avançado da doença.

Outro aspecto bastante atual é a customização do tratamento. A medicina reconhece que os pacientes são diferentes e os tipos de câncer também. A grande proposta é identificar a combinação terapêutica para cada caso. "Precisamos ainda estar atentos à qualidade de vida do paciente. A questão da toxidade deve ser observada com grande cuidado", conclui Dr. Murilo.

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