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SEÇÃO
Crônicas
02/06/2008 - 11h13
Diferenças e coincidências
Fábio de Lima
 

Não importa a cor dos seus olhos e nem da sua pele. Se você é preto, branco, amarelo ou vermelho – pouco importa. Você vai morrer. Não importa se você é gordo ou magro. Não importa se você é brasileiro, alemão, coreano ou nigeriano. Você vai morrer. Médico, padeiro, advogado, zelador – pouco importa. Não importa se você é evangélico, budista, católico ou ateu. Você vai morrer.

Não importa se viajou o mundo ou se nunca saiu da sua cidade do interior. Não importa se você gosta mais de feijoada ou bife à milanesa. Se você usa roupa social, esporte ou se é nudista – pouco importa. Você vai morrer. Não importa o jeito do seu cabelo e se o seu nariz é fino e levemente empinado. Não importa se tem filhos e nem se tem dinheiro ou não. Você vai morrer.

Não importa se leu os escritores consagrados ou não. Não importa se assistiu aos grandes cineastas ou não. Se você é gago, atleta, desdentado ou louco – pouco importa. Você vai morrer. Não importa se comeu muito, se deu muito, se chorou muito, se sorriu muito. Você vai morrer. Se você é doutor em alguma coisa ou se é analfabeto em todas as coisas ou, ainda, se é vidente – pouco importa. Você vai morrer.

Não importa sem tem uma casa linda, um carro lindo, uma vida linda. Não importa a dor dos seus planos, o prazer dos seus sonhos e todo aquele orgulho de ser alguém. Você vai morrer. Se você foi bom, ruim, mais ou menos, simpático ou antipático – pouco importa. Você vai morrer. Não importa o que dizem seus amigos, seus inimigos, seus professores e todos os especialistas em auto-ajuda. Você vai morrer.

Não importa se deu flores a quem amava, se brigou com quem odiava, se nunca aprendeu a tocar violão ou a pintar quadros. Você vai morrer. Se você bebeu ou não, se fumou ou não, se cheirou ou não – pouco importa. Não importa se você tinha um compromisso marcado para amanhã, se você não terminou a reforma da casa ou se você queria muito participar daquele curso. Você vai morrer.

Não importa o quanto o sol é bonito ou o quanto a chuva é bonita ou, ainda, o quanto o mundo é bonito ou não. Você vai morrer. Se você viveu o que tinha de viver ou se desperdiçou seu tempo imaginando outras vidas – pouco importa. Você vai morrer. Não importa se você vai para o céu ou para o inferno. Não importa se existe um outro lado, nem como ele é, caso exista. Você vai morrer e ponto final. A vida é feita de diferenças, de coincidências e de uma única certeza: morreremos.


Nota do Editor: Fábio de Lima é jornalista e escritor, ou “contador de histórias”, como prefere ser chamado. Está escrevendo seu primeiro romance, DOCE DESESPERO, com publicação (ainda!) em data incerta.

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