Em uma roda de amigos, nas conversas de botequim, nos encontros empresariais, nos atos religiosos, no meio político, enfim em todos os momentos da vida que envolvem gente, as palavras ética e sustentabilidade estão cada vez mais presentes. Utilizadas de forma completamente distintas, estas duas palavras estarão cada dia mais conectadas. Para que possamos falar de ética, precisaremos falar inicialmente sobre a palavra moral. Os termos moral e ética vêm sendo utilizados por muitos com o mesmo sentido e não sem razão, uma vez que recorrendo as origens latina e grega das duas, encontraremos a palavra costumes. Como tem dito a professora Terezinha Rios é importante fazer a distinção entre estas duas palavras. Moral será para nós o conjunto de normas, regras, procedimentos e leis que nos permitem viver em sociedade. A ética, por ter na sua essência o bem comum, está pautada em princípios e tem como papel principal exercer uma crítica permanente sobre a moral. Dentro desta lógica, diferentemente da moral, que se ajusta quando temos grupos e culturas diferentes, a ética tem a pretensão de ser universal e permanente. No entanto esse conceito tem avançado com a evolução do nível de consciência da humanidade. O conceito de sustentabilidade, por sua vez, durante muitos anos, foi apropriado por aqueles que viam na questão ambiental um dos maiores, senão o maior, problema do Planeta. Não tendo a menor dúvida de que se não adotarmos uma postura radicalmente diferente em relação aos nossos padrões de consumo e poluição não teremos futuro, temos também clareza que muito mais precisa ser feito. Dentro deste contexto foi construída a Carta da Terra. Participaram da redação do texto pessoas representando a grande maioria dos Países do nosso Planeta e, por esta razão, muito mais do que um documento de países ou de organizações, a Carta da Terra pertence aos povos do planeta. O documento está formatado em dezesseis grandes princípios, agrupados em quatro grandes blocos que são: Respeitar e Cuidar da Comunidade de Vida, Integridade Ecológica, Justiça social e Econômica e Democracia, não Violência e Paz. Tendo como grande referencial a Carta da Terra o termo sustentabilidade assume a sua verdadeira dimensão. Assim sendo, para que possamos assegurar a verdadeira sustentabilidade teremos que levar em consideração todos os seus princípios. E é também dentro deste contexto, tendo como pano de fundo a Carta da Terra, que a ética irá avançar. Será possível admitir sustentabilidade sem ética? E sermos éticos com atitudes e posturas não sustentáveis? Por esta razão estas duas palavras estarão cada vez mais conectadas e talvez em um futuro muito mais próximo do que imaginamos, representem a mesma coisa. E o papel da comunicação? É preciso tornar absolutamente claro, para os já quase 6,7 bilhões de habitantes do nosso planeta estas questões. Atingindo esse objetivo a comunicação terá cumprido o seu papel mais nobre que é o de assegurar um mundo melhor para todos. Mesmo não estando ainda preparados ou absolutamente convictos de que este seja o melhor mundo para nós, talvez seja possível chegar a um consenso de que este é o mundo que queremos e sonhamos para nossos filhos e netos. Nota do Editor: Aser Cortines é diretor da Amana-Key e coordenador de Conteúdo do I Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade que acontece nos dias 11 e 12 de junho, em Brasília, realizado pela Atitude Brasil.
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