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13/06/2008 - 13h04
Pássaros do tempo
Antonio Epifânio de Oliveira
 

Quero esclarecer ao meu amigo Carlos Rizzo que, dos meus 62 anos de idade, 55 passei na Rampa e na beira do rio Grande, até porque meu pai era pescador. Ali era o nosso local de convívio, onde permaneço até hoje.

Conheci o rio Grande com vários tipos de vida aquática, mas é bom saber que não existia a presença do pato d’água ou biguá, como é popularmente conhecido. A sua colocação, Carlos Rizzo, de que esta é uma espécie nativa e ocorre em todo o território brasileiro, não vale para Ubatuba porque a aparição do biguá em nossos rios não tem mais que 15 anos.

As vidas existentes no rio Grande conviveram em perfeita harmonia, com a fantástica evolução do mundo mágico da Natureza, até a chegada dos biguás. Conseguiram resistir até a poluição, mas não a ação destas aves. Não faz muito tempo, jogava-se a casca de camarão no rio e era possível ver grandes cardumes de bagre que ali vinham se alimentar, bem como a cobra d’água, amboré e alevinos de outras espécies, que faziam do rio um berço de crescimento, hoje extintas pela ação dos predadores. Portanto, para mim a existência deles é nociva ao nosso meio ambiente.

Hoje, os rios quase não têm mais vida para alimentar estes pássaros, uma vez que são de pequeno porte e a Natureza não reproduz na mesma velocidade que as aves consomem. Portanto, já estão atacando no mar. É comum ver vários bandos de biguás por fora da Ponta Grossa em busca de alimento, o que já vem interferindo na sobrevida do tubá, que é um pássaro marinho. Para conseguir alimento depende da altura para localizar e em um só mergulho, lograr êxito para capturar a sua presa, enquanto o biguá fica sentado sobre a água e, com o corpo esguio e provido de membranas nos pés, entre os dedos e de um fôlego invejável, tem facilidade no mergulho, rastreando literalmente, o fundo.

Moral da história: em mar que tem biguá até tubá passa fome.

Quando sugeri em acabar com o pato d’água, ou biguá, em nosso município, não caracterizava matar, ou exterminar, como entendeu o meu amigo Carlos Rizzo, porque eu posso muito bem acabar com uma briga, sem necessariamente ter que matar alguém.

Mas, nós temos órgãos ambientais e Ongs que atuam nesta área e cabe a eles observar estes desequilíbrios e investirem em projetos que solucionem estes e outros problemas. Agora, dizer que o homem é o responsável pelo desequilíbrio ao meio ambiente, é repetitivo e não resolve.

Eu gostaria de ver a reação das pessoas se, ao invés de um bando de biguás que rastreia o rio e acaba com suas vidas, nós estivéssemos frente, na mesma proporção, enfrentando onça, leão, cobras venenosas, atacando nossas casas, Nossa comunidade, certamente, estaria adquirindo armas e outros equipamentos para nossa defesa. Mas, as vidas que existem no rio não têm esta possibilidade, portanto, há que existir uma voz consciente que as livre dos ataques vorazes de seus predadores em excesso.

E, por derradeiro, quero patentear a minha preocupação. O rio e seus habitantes não falam e, muito menos, têm condições de usar a Internet, porque se o fizessem estariam aqui, com conhecimento de causa e com sábias palavras, dizendo para todos nós: “o biguá não é tão inocente assim”.

Antonio Epifânio de Oliveira

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