Se a vida de um escritor já não é nada fácil, quem dirá então a vida de um eterno aprendiz de escritor (como no meu caso). Para conseguirmos romper a barreira do anonimato, a criatividade é nossa maior arma. Porém, é somente através do auxílio dos meios de comunicação que conseguimos chegar aos olhos dos leitores. Mas o espaço na grande mídia é limitado e concorrido. Por isso, salvo alguns poucos iluminados pelos holofotes da televisão, que conseguem através de participações em BBB ou similares, os seus preciosos minutos de fama e consagração, a grande maioria acaba mesmo é torcendo para que algum meteoro caia em seu pátio (de preferência com algum alienígena amistoso dentro), glorificando assim seu caminho rumo ao sucesso. Uma outra forma de divulgação muito forte e eficaz é a internet. Mas, engana-se quem acredita que este mundo virtual é aberto e receptivo. Ao contrário, para se destacar nele é preciso bem mais do que apenas um bom jogo de cintura (em alguns casos uma musiquinha com palavras de baixo calão, ou um vídeo apelativo funcionam). E foi ingenuamente pensando em marcar posições através de alguns “points” disponíveis na internet que acabei sumariamente: “EXCLUÍDO”. Primeiramente foi a tal da Wikipédia, um lugar onde se pretende criar uma espécie de enciclopédia viva, alimentada e fomentada diretamente pelos internautas. Fonte de pesquisa quase inesgotável, e sendo assim, crivada de regras. Movido pela curiosidade e pela idéia de também inserir ali meu nome (marca registrada em certidão de nascimento e autenticada em cartório), acabei me cadastrando e tecendo através de pérolas textuais um pouco de quem eu sou (recheando com doses de humor). Tudo devidamente escrito, publicado e rapidamente... Deletado. As justificativas vieram em explicações vagas do tipo: “princípio da imparcialidade”, ou taxando meus textos de propaganda etc. Então, sem mais nada a fazer, disse adeus e fui embora, sem sair de minha cadeira (se alguém quiser saber mais, procure na internet (Google, orkut etc.) o texto “WIKIPÉDIA – EU TÔ FORA”). Algum tempo depois (mas precisamente nestes últimos dias), resolvi humorizar o seriado LOST, mesmo sabendo que alguns odeiam, outros amam, e outros ainda (que não são os outros do próprio seriado) nem sabem do que estou falando. Com esta idéia na cabeça criei uma comunidade no orkut “LOST - HUMOR” e montei um site: www.hploco.com/lost com a seguinte chamada: “Esta comunidade é uma paródia do seriado LOST (...) e acontece em um prédio, onde dezenas de pessoas caem de elevador em uma misteriosa sessão desativada de achados e perdidos. O maior mistério aqui é saber como couberam tantas pessoas dentro de um único elevador”. Após criar os primeiros tópicos, comecei a divulgação (caso não tenham notado, este texto também faz parte da divulgação), a primeira idéia foi divulgar a comunidade em fóruns, comunidades, e FAQs voltadas para os fãs do LOST. Porém, já na primeira tentativa de propaganda em um dos tais fóruns, acabei sendo (em tempo recorde) excluído, bloqueado, desativado e talvez até amaldiçoado. Enfim, o mundo virtual, mesmo com toda a pretensa abertura, ainda é um lugar bem fechado, com regras que em muitos casos ferem a liberdade de criação que se prega como existente para este espaço, por isso às vezes é preciso tentar romper estes padrões de poder e monopólios, visando libertar novas idéias, para que voem livres através de olhos apaixonados por todos os tipos de leitura. Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc@terra.com.br) é escritor.
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