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Opinião
10/07/2008 - 11h06
Dantas, Nahas, Pitta... E o mandante?
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

As prisões dos megaempresários Daniel Dantas e Nagi Nahas, do ex-prefeito (de São Paulo) Celso Pitta e de mais 21 pessoas de suas relações, trazem de volta à ordem do dia o famigerado “mensalão” que, infelizmente, terminou com todos os contornos de impunidade ao final de uma ruidosa CPI instalada no Congresso Nacional. Dantas, o poderoso banqueiro controlador de empresas de telecomunicações, segundo o que apurou a Polícia Federal, era a fonte dos recursos que o publicitário Marcos Valério distribuía para parlamentares votarem de acordo com os interesses do governo. Esse numerário seria desviado de verbas públicas e passaria por lavagem.

Dantas, Nahas (já conhecido de episódios anteriores) e Pitta vão para a cadeia exatamente quando o governo brasileiro consegue a extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, que nos próximos dias deverá chegar de Mônaco para pagar a pena de 13 anos de prisão a que foi condenado por quebrar seu banco e fugir com o dinheiro sacado do Banco Central.

São acontecimentos que sugerem o raciocínio de que a corrupção e a impunidade – grandes desgraças deste país – estão chegando cedendo lugar à responsabilidade e à honestidade. Mas ainda falta muito para que essa idéia realmente se concretize. Os presos – sejam quais forem – têm de ser investigados rigorosamente para que paguem até o último tostão tudo aquilo que tenham retirado irregularmente dos cofres públicos. Não basta só a prisão e o constrangimento. Há que se reaver o dinheiro roubado e este, finalmente, ser investido no bem-estar do povo, seu legítimo dono.

Na esteira das prisões dos megaempresários, do ex-político e de seus respectivos comparsas, há que se puxar o fio da meada para também buscar os seus parceiros. Deve haver gente de fora e de dentro da máquina pública envolvida até o último fio de cabelo com toda essa sujeira. Da mesma forma que a polícia foi capaz de identificar as cabeças executantes da organização criminosa, será de bom alvitre também localizar e prender os seus co-participantes, intermediários, beneficiários e, principalmente, o mandante. Assim como toda tropa tem seu comandante e toda orquestra seu maestro, toda ação criminosa tem seu mandante. Prender só os executores não é o suficiente.

Todo o dinheiro pilhado do cofre público tem de a ele voltar. Os ladrões que o levaram têm de ir para a cadeia. Não importa se têm colarinho branco ou imunidades. Ladrão é ladrão em qualquer circunstância e tem de ser tratado como tal.

A Justiça e a Polícia Federal têm feito a sua parte. Espera-se agora que o manto da impunidade e do corporativismo não deixem soltos os comparsas daqueles cujos crimes já foram identificados. Só assim conseguiremos construir o país sério e justo que povoa os sonhos de todo cidadão honesto e decente...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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