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Crônicas
15/07/2008 - 09h00
O Sol e a Lua
Willians Donizete Ribeiro
 

O Sol e a Lua nunca se encontraram, apesar dos desejos e quimeras mais copiosos fomentados, destarte, pelos seres humanos. Um escritor ucraniano, cujo nome não me recordo, disse, ainda no transcurso do século XIV que, se houvesse este "encontro mágico", as agruras vertidas aos colonos daquele lugar se dissipariam pela eternidade.

Esta possibilidade visceral, à época, apenas na mente florida desse escritor, jamais se confirmou, pois ainda vivemos em um ambiente inóspito, vil, corrompido, no qual as pessoas sonham com o amor, mas têm medo de vivê-lo.

Este é o nosso relacionamento. Não há, não houve, nem haverá encontro, sinergia, essência, condensação de sonhos iguais. Somos seres antagonistas, verdadeiros precursores de uma história em síntese. Nossa semente morrerá no solo estéril de nossos corações.

Onde o período da Lua inicia seus raios prateados de intensa reverberação, o Sol, entretanto, contrapõe-se ao oposto, e vice-versa, ao infindável universo de nossas imaginações. Assim, também, são os desejos de cada qual.

Um quer a Lua e outro quer o Sol. Queremos o amor, mas à moda da "casa". Não seria possível sincronizar os desejos de cada qual num único prisma repleto de alegria e vontade de felicidade? Vejo que não, com N maiúsculo, a mesma letra de Namor, Namorado. Um tremendo paradoxo em forma de sentimento, decodificado em palavras.

Foi preciso estabelecer uma reflexão clara e concisa, quase analógica, para compreender as dissidências entre "nosotros". Foi, também, preciso olhar com paciência para o transcurso das águas no caminhar do rio, para, uma vez mais entender que a vida é um maravilhoso conceber divino. É uma dádiva que, concomitantemente, segue a mesma eminência, tratando-se do destino a cada dia reservado, quase exclusivo.

Somos os escritores, únicos, da linha cronológica na qual vivemos, desde o tempo infante até a plena senectude; sobretudo, se conseguimos chegar até tão nobre fase etária? Não tenho tanta certeza. Muito menos apostaria minhas virtudes mais etéreas, todavia, quando enveredamos pela seara do amor. Este sentimento é nobre e merece esmero singular, não acha, nobre dama?

A vida é simples, é bela, é mágica, é única! Desculpe-me se não auferir suas emoções mais profundas. Uma vez mais, desculpe-me se criei fendas inócuas, mas obliteradas em seu tempo "precioso". De certo, acredito não ter sido bem-sucedido na produção das flores a lhe ofertar. E, mais do que isso, perdão se a minha mensagem de amor não for decodificada à enésima potência em seus sentidos e desejos de mulher.

No contexto de nosso relacionamento, desdobrei-me, assim, como o ser mais altruísta, no fomento incessante, incandescente das minhas crenças e princípios para levá-las energizadas em suas mãos, em seu coração. Demandei, também, toda compreensão e sensibilidade, provindas dos homens de Atenas, no intuito de cortejá-la, respeitá-la e, sobretudo, esperá-la, docemente, em momentos de pura emoção.

Mas, o Sol e a Lua não se encontraram, literalmente. Apenas no quadro de fatos criados na mente e sonhos do escritor. Deixo-a livre, portanto. Em plena liberdade e despojamento de algo, abro mão, corpo e alma, de conquistá-la, tê-la em minha vida. A colcha de seda que talhei especialmente para nós, tornou-se de retalhos, consoante um coração que é devoto do amor dos deuses.

Na vida e, sobremaneira, nas relações entre duas pessoas, é preciso amor para a emoção pulsar. Com imensa resignação e comoção em minh’alma, ressalto a pulsação diminuta, a chama sem vivacidade de meus anseios por você, extirpados.

Quero, para finalizar, relembrá-la, como fato latente que, durante toda a primavera, na qual estivemos um ao lado do outro, jamais, e de probo intacto, ao pensar em amor, deixei de suspirar por você. Não houve uma ação sequer pela qual minhas energias e paroxismos de homem apaixonado não estivessem associados e inspirados na magia, candura, doçura, languidez, feminilidade... todas provindas de você!

Abdico, sim, de você, mas levarei para a eternidade nossos momentos, bons e ruins, pois assim é a vida: bela, mágica, simples, única e repleta de percalços.


Nota do Editor: Willians Donizete Ribeiro é jornalista.

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