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Crônicas
24/07/2008 - 07h01
Prece ao vento
Evelyne Furtado
 

Nesta noite sinto frio. Natal, a cidade do sol, esfriou. Não se espantem. Não é o fim dos tempos. Acabei de verificar a temperatura: 23º com sensação térmica de 20º. Frio? Sim, 23º aqui é frio. Taí, Dona Zélia Maria Freire que não vai me deixar mentir.

É que o sol não nos abandona em nenhuma estação. Ele, o astro, deixa de comparecer na Europa por dias seguidos. No sul e no sudeste bem como nos países vizinhos, ele até ilumina no inverno, mas não abranda o frio. É dispensável falar na Sibéria, no Alasca, no Ártico ou sei lá mais onde o gelo reine tanto quanto o sol.

Em Natal o sol dá o ar de sua graça o ano inteiro, nem que seja para marcar presença por algumas horas em dias de temporal. Agora chove e sinto um friozinho bom, daquele que nem precisa de cobertor, só convida para a cama, com um bom livro, na falta de outro corpo para nos aquecer.

Se bem que não acho que o frio estimule a sexualidade. Nesse aspecto o calor é bem mais eficiente, mas não posso negar o aquecimento do sangue que corre nas veias com a aproximação da respiração, do contato, do abraço. Daí para frente a estória é outra.

Porém, eu estava falando que esse nosso frio nos tira da rua, nos impede de abrir janelas e dá preguiça. É que temos muito vento por aqui. Um vento que vem do mar, escala as dunas que recortam a cidade e avança casa adentro como se fosse propriedade dele.

- Entre, senhor vento, mas só um pouquinho, que não quero esfriar meu coração e é por isso mesmo que só deixo uma frestinha da janela aberta. E tem mais: seria muito bom que o senhor nos visitasse com mais freqüência a partir de dezembro, quando se muda para as praias e nos deixa torrando na cidade.

Pronto, falei sobre esse climazinho gostoso, que é café pequeno para quem tem invernos congelantes, mas que me dá preguiça e vontade de tomar um vinho gostoso com você.

"Vento que balança as folhas do coqueiro, vento que encrespa as
Ondas do mar, vento que assanha os cabelos da morena e traz
Noticias de lá, vento que assobia no telhado, chamando a lua pra
Espiar, vento que na beira lá da praia escutava o meu amor cantar
Hoje estou sozinho e tu também, triste me lembrando do meu bem
Vento diga por favor aonde se escondeu o meu amor...
” (*)

(*) Prece ao Vento de Gilvan Franklin e Fernando Luiz da Câmara Cascudo.


Nota do Editor: Evelyne Furtado é jornalista, poetisa e cronista em Natal (RN).

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