“Seja feliz o seu coração nos dias da sua juventude. Siga por onde seu coração mandar, até onde a sua vista alcançar... Afaste do coração a ansiedade e acabe com o sofrimento do seu corpo" (Eclesiastes 11:9-10) Tenho 32 anos, estou curtindo muito mais a minha vida depois dos 30. Aprendo muito com os relacionamentos, com a convivência, a faculdade e os professores. Posso dizer que estes são os meus melhores anos. Logo, essa liberdade e esse “estar bem” têm causado preocupação a alguns “crentes”, falsos moralistas, gente sem escrúpulos que de dia andam com a Bíblia debaixo do sovaco e a noite estão às espreitas nos motéis e pontos de prostituição da cidade. Indivíduos sem caráter, que pregam, falam, choram, mas que estão nas esquinas fazendo negócios ilícitos, comprando carros cabritados para consagrá-los em “nome do altíssimo deus”. Estou cansado desse falso moralismo. Sou cristão, amo e adoro a Deus sobre todas as coisas. Mas sou humano, falho; gosto de mulher, do verde, das iguarias, das folhas e das massas. Vejo a vida com mais prazer e aprendi a ter amigos. Freqüento uma comunidade evangélica. Logo, estou cansado de ir, de viajar 29 km até o local e ver a mesmice nas “conexões”, a miséria e a autocomiseração de alguns personagens. Estou desanimado e de saco cheio. Um escritor evangélico, que todas as pessoas veneram, disse que é preciso ampliar redes, deixar de construir cidades e conectar as pessoas. Ok: conectar? Que papo é esse? Quem precisa de conexão é água, gás, esgoto e energia elétrica. Pessoas precisam se relacionar. Zigmmund Baumman, em seu livro “Amor Líquido”, diz que as relações são muito mais genuínas e duradouras que as “conexões”, e quem enfatiza as redes de relacionamento e indivíduos conectados é a economia neoliberal. Capitalismo selvagem não combina com o cristianismo puro e simples. Conexão não é relacionamento. Logo, sou cristão e vivo a vida e quero vivê-la com mais intensidade. Longe dos “moralistas”, dos “pastores picaretas”, dos “irmãozinhos” das frases decorebas que sempre a soltam quando encontram as pessoas chorosas. Chega dos “pacotes fechados” que a indústria cultural me oferece! Cansei da cura, da expulsão de demônios e do “arranca-rabo” em nome do Pai. Quero viver o verdadeiro evangelho pregado por Cristo e fazer o que ele ensinou: “Amar o próximo, como a si mesmo”. Nota do Editor: Luís Delcides R. Silva é micro-empresário e estudante de comunicação. Escreve para o blog Casos Urbanos, www.luisdelcidess.blogspot.com.
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