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Opinião
01/08/2008 - 12h13
Só não fica velho quem morre cedo
Sylvia Romano
 

Na vida só existem duas certezas: a primeira é que tudo muda a cada instante e, a outra, é que a morte é inexorável, mais cedo ou mais tarde todos vamos morrer.

Nascemos, passamos pela infância, adolescência, juventude, nos tornamos adultos, tentamos a todo o custo nos manter jovens, mas, se não morremos cedo, ficamos velhos infelizmente e, depois, acabamos morrendo mesmo. A vida é a grande aventura de todo o ser humano. A partir do momento em que tomamos consciência, começamos a sonhar muito e a realizar uma pequena parte destes sonhos. Até que chega um dia que começamos a parar de fantasiar e descobrimos que estamos velhos.

Mas a velhice não é o problema, e sim os idosos, que vão ficando chatos, egoístas e solitários. Com o passar dos anos, na grande maioria dos casos, esses defeitos vão se agravando e acabam deixando-os dementes ou gagás, como se dizia antigamente. Filhos - os que os tiveram - não têm paciência, tempo e nem condições financeiras para manter seus pais.

A nossa expectativa de vida vem aumentando dia-a-dia e, provavelmente muito em breve, teremos uma imensa população de senhores, o que deverá ser um grande entrave para a sociedade e, principalmente, para eles próprios pois, além dos seus rotineiros problemas de saúde, haverá a questão financeira, a solidão e sua conseqüente depressão.

O ser humano acha que nunca será idoso um dia. Algumas pessoas, mesmo octogenárias, dizem que velhos são aqueles que têm 20 anos a mais do que elas. Porém, não há saída. Os recursos atuais da medicina aliados a uma vida mais saudável podem até nos manter produtivos em todos os sentidos por um longo tempo, mas mesmo assim, chegará o dia em que estaremos velhos e teremos de parar.

E o que fazer para que o último período da existência seja um pouco mais prazeroso, seguro e produtivo? Acho que, em primeiro lugar, devemos ter a consciência de que velhos ficaremos sim um dia, pois a juventude não é eterna. Depois, buscarmos meios para tornar a nossa velhice independente financeiramente, lembrando que não podemos confiar nem no Estado - vide hoje o baixo nível das aposentadorias oficiais, excluindo-se os funcionários públicos -, e muito menos na aposentadoria privada - basta ver o caso da Aerus da Varig e de várias outras empresas que deixaram seus participantes "a ver navios", como dizia vovó. Outro fator muito importante nessa fase da vida é tentar nos interessar por coisas que poderemos "curtir", como dizem os jovens, quando a melhor idade chegar. Seja um esporte, seja um hobby, como jardinagem, criar cachorros, enfim, qualquer coisa que venha nos dar um grande prazer.

É preciso parar de achar que no "seu tempo" tudo era melhor e começar a aceitar o novo, pois ele sempre vem, e se for encarado sem preconceito, rancor ou inveja, todo idoso será sempre bem-recebido, querido e inserido no contexto, vivendo o momento atual do mundo, com toda a sabedoria acumulada de uma existência. Infelizmente, só os inteligentes conseguem perceber isso e aproveitar cada etapa da vida, especialmente a última, pois nesta o importante passa a ser viver bem o hoje, sem o incerto compromisso com o futuro e todas as dúvidas e inseguranças que ele carrega.


Nota do Editor: Sylvia Romano (www.sylviaromano.com.br) é advogada trabalhista, responsável pelo Sylvia Romano Consultores Associados, em São Paulo.

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