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Crônicas
10/08/2008 - 17h17
Camisola branca
Fábio de Lima
 

O homem olhou no relógio vendo que já eram quase 3 horas. Coçou a barba e encostou as costas na cadeira olhando atentamente para uma garrafa de vinho sobre a mesa. Pegou a garrafa com a mão direita e a segurou com as duas mãos olhando fixamente o rótulo. Viu que era um vinho mexicano. José nem gostava de vinho e sempre preferiu uma cachaça. Ele agora sentia sono e largou a garrafa junto com outras três que também estavam vazias sobre a mesa.

José olhou para sua cama e viu Maria deitada com uma camisola vermelha, de seda. Maria estava bonita. Tinha o olhar fixo numa reprodução barata do quadro “O Grito”, de Edward Munch. José também olhou o quadro, pendurado ao lado do guarda-roupa, e imaginou quanto tempo o artista teria levado para pintá-lo. Bruto e ansioso, José nunca teria talento nem paciência para pintar um quadro. José gostava de coisas rápidas e simples. Ele pensava que arte era para outros tipos de pessoas.

José se levantou da cadeira e só aí percebeu que estava apenas de cueca. Viu que havia derramado vinho por todo seu corpo e, só por isso, não foi direto para a cama. Equilibrou-se o tempo todo com a ajuda das paredes e foi para o chuveiro. Tomou um banho quente e foi andando devagar em direção à cama. Ele não iria se vestir. Dormiria pelado mesmo. Antes só precisava de uma água gelada. Portanto, ainda precisou ir à cozinha. José tinha sede – muita sede.

O homem tomou a água e deixou o copo sujo sobre a pia. Maria havia lavado a louça antes de deitar. A pia estava limpa e nela só um copo e uma faca amanheceriam pela manhã. José caminhou até a cama e antes de deitar percebeu que dela pingava vinho. José tinha sono e não queria pensar sobre esse assunto naquele momento. Só achou estranho, já deitado na cama, olhar a camisola vermelha de Maria e enxergar algumas grandes manchas brancas. Achava que Maria andava muita descuidada ultimamente. Pensou que aquilo precisava acabar. Fechou os olhos e adormeceu.


Nota do Editor: Fábio de Lima é jornalista e escritor, ou “contador de histórias”, como prefere ser chamado. Está escrevendo seu primeiro romance, DOCE DESESPERO, com publicação (ainda!) em data incerta.

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