No dia 15 de agosto é celebrada a Assunção da Virgem Maria. Também nessa data, muitos devotos comemoram o dia de Nossa Senhora Achiropita, Nossa Senhora da Abadia, Nossa Senhora do Sorriso, Nossa Senhora da Boa Morte, Nossa Senhora da Ajuda, Nossa Senhora do Socorro, Nossa Senhora da Hora, Nossa Senhora D’Oropa e Nossa Senhora Desatadora dos Nós. A solenidade da Assunção da Virgem Maria existe desde os primórdios do catolicismo. Terminado seu tempo de vida na Terra, Maria foi "assunta", ou seja, levada ao céu em corpo e alma. A tradição cristã narra que foram os anjos Gabriel e Miguel que a levaram ao céu. Deus queria conservar a integridade do corpo daquela que gerou seu Filho. Para nós, cristãos, é a esperança de ressurreição realizada. Na Assunção da Virgem Maria está a vitória definitiva sobre a morte e o mal. Por isso, também, é que oramos para que a Mãe interceda por nós junto ao seu Filho para a salvação da humanidade. Durante uma entrevista concedida ao jornal Rapporto sulla Fede quando ainda era Prefeito da Congregação da Fé, o Papa Bento XVI apresentou seis motivos para não esquecer a Virgem Maria. Segundo ele, são os pontos em que a função da Virgem Maria, de equilíbrio e totalidade, se mostra clara para a fé católica. Primeiro Foi a serviço direto da fé em Cristo, e não apenas por devoção à Mãe, que a Igreja proclamou os seus dogmas marianos: inicialmente, a virgindade perpétua e a maternidade divina e, a seguir, a conceição sem mácula do pecado original e a assunção ao céu. Esses dogmas servem de amparo à fé autêntica em Cristo, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem: duas naturezas em uma só pessoa. Segundo A mariologia da Igreja supõe o justo relacionamento e a necessária integração entre Bíblia e Tradição. Os quatro dogmas marianos têm claro fundamento na Escritura. Trata-se de um gérmen que cresce e frutifica na vida cálida da Tradição, no sentimento do povo fiel e na reflexão da teologia guiada pelo Magistério. Terceiro Precisamente em sua pessoa de jovem hebréia feita Mãe do Messias, Maria une de modo vital e inseparável o antigo e o novo povo de Deus, Israel e o Cristianismo, Sinagoga e Igreja. Ela é o traço de união sem o qual a fé corre o risco de perder o equilíbrio. Nela podemos viver a síntese da Escritura inteira, do Antigo e do Novo Testamento. Quarto Para a Igreja, o homem não é tão-somente sentimento, nem só razão. Ele é a união dessas duas dimensões. A cabeça deve refletir com lucidez, mas o coração deve poder ser aquecido. A devoção a Maria "livre de qualquer falso exagero, mas também isenta de uma estreiteza de mente que não considere a singular dignidade da Mãe de Deus", como recomenda o Concílio, assegura à fé a sua dimensão humana completa. Quinto Maria é "figura", "imagem" e "modelo" da Igreja. Assim, olhando para Ela, a Igreja defende-se daquele modelo machista que a vê como instrumento de um programa de ação sociopolítica. Em Maria, sua figura e modelo, a Igreja reencontra o seu rosto de Mãe. Sexto Como seu destino, que é ao mesmo tempo de Virgem e Mãe, Maria projeta continuamente luz sobre aquilo que o Criador quis para a mulher de todos os tempos, inclusive o nosso. Criatura da coragem e da obediência, Maria é e sempre será um exemplo para todo cristão se espelhar. Nota do Editor: Prof. Felipe Aquino é teólogo e apresentador dos programas Escola da Fé e Trocando idéias, na TV Canção Nova (www.cancaonova.com).
|