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Crônicas
21/08/2008 - 12h39
As olimpíadas dos p...
Antonio Brás Constante
 
(Beijing, Beijing, Tchau, Tchau)

Enquanto as olimpíadas seguem em Pequim, os políticos daqui vão pecando entre torpes conchavos e mil ardis, sempre em busca da vitória de seus candidatos. Nadando em dinheiro público para proveito próprio, enquanto para o povo nada.

Eles não querem saber de tochas olímpicas e sim de atochar os bolsos através da máquina pública. Na olimpíada política não se joga vôlei, mas mesmo assim podem ser observados lances similares aos deste tipo de disputa, como por exemplo, diversos saques utilizando cartões corporativos, bloqueios de contas quando por milagre, alguém consegue confirmar denúncias de corrupção. Ao invés de cortadas, o que acontecem são cortes nos direitos da população. E é claro que este jogo dispõe de muitas manchetes... sobre os escândalos envolvendo crimes de corrupção, estampados em vários jornais do mundo.

Os candidatos não fazem ciclismo, mas se desfazem em cinismo. São experts na arte da ginástica golpista. Eles não se apresentam no cavalo com alças, mas são uns verdadeiros “mala sem alças” que não se cansam de tentar enrolar todo mundo com sua conversinha mole. As provas de resistência consistem em testar quanto tempo cada candidato conseguiria manter um sorriso forçado de forma natural e convincente em meio a uma campanha.

Em comum com o futebol, só as boladas que recebem. Mas, ao contrário dos jogos onde o atleta pode sofrer faltas, lá as únicas faltas que encontramos são a falta de caráter, a falta de honestidade, e a falta de responsabilidade, revertendo estas faltas em uma enorme falta de dinheiro para saúde, educação, segurança etc.

Não tem tiro ao alvo e sim público alvo, que é impiedosamente metralhado com promessas de festim. Uma das principais modalidades é o levantamento de verbas (sem qualquer indício de peso na consciência), revezamento de cargos para parentes entre parlamentares e assalto a distância por meio de impostos.

Os aspirantes a cargos públicos ganhariam pontos para cada criança pega no colo ou aperto de mão dado em suas passeatas, ou por quantidade de buzinadas e acenos amistosos em suas barulhentas carreatas. Eles distribuiriam muitos beijos durante a campanha, já que depois de eleitos dariam um último “beijinho, beijinho, tchau, tchau” aos seus eleitores e sumiriam por mais quatro anos, buscando fugir das cobranças de suas promessas.

O antidoping na política é chamado de CPI, mas dificilmente trás algum resultado prático ou mesmo uma penalização mais severa.

Enfim, o prêmio almejado neste campeonato chamado eleição não é o ouro, a prata ou o bronze, mas algo bem mais valioso que qualquer taça ou medalha, pois para chegar a vitória o que todo político necessita é de um tipo de bem de valor inestimável. Algo que jamais deveria ser trocado por dinheiro, promessas ou presentes, pois o que eles buscam é o seu voto.


Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc@terra.com.br) é escritor.

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