Há tempos, os avanços tecnológicos influenciam o dia-a-dia das pessoas. Seja com celulares avançados, aplicativos diferenciados ou softwares inovadores, podemos dizer que a tecnologia é responsável por grande parte das mudanças de rotina e de comportamento das pessoas. Os blogs e sites de relacionamento são provas reais dessa nova era. No meio empresarial, a interatividade veio através da chamada Web 2.0, que também já é uma realidade. Agora, com as eleições presidenciais norte-americanas, presenciamos a transcendência dos meios eletrônicos nas campanhas políticas. A trajetória do candidato Barack Obama, que pode se tornar o primeiro negro a comandar a maior economia do mundo, é atribuída, em grande parte, a sua forte presença nos meios eletrônicos. Seja por meio do próprio site na Web, seja pela presença em sites de relacionamentos, Obama utilizou a interatividade proporcionada pelos meios eletrônicos para ficar mais próximo do eleitorado. Muito mais que apresentar propostas, ele pode ouvir o que os seus eleitores têm a dizer, além de responder, apresentar as suas próprias propostas. Enfim, interagir! Até mesmo o SMS foi usado pelo senador para disseminar suas idéias e aumentar o contato com o público. Como resultado, Obama conseguiu reunir um verdadeiro exército de eleitores e muitos fãs, não só nos Estados Unidos, mas no mundo todo. Principalmente os jovens, que possuem maior contato com os meios eletrônicos, tornaram-se seguidores do senador e de apoiadores de suas idéias. Para se ter uma idéia, só no Facebook, o senador atingiu a impressionante marca de um milhão de apoiadores. Se as eleições fossem online, Obama certamente já estaria eleito. Qualquer que seja o resultado nas urnas, as eleições norte-americanas deste ano certamente se tornarão um marco. A partir deste momento, os meios eletrônicos entrarão definitivamente para o conjunto de mídias prioritárias para os políticos, assim como aconteceu com a televisão, introduzida em 1952 pelo general Eisenhower de forma pioneira em campanha presidencial. O desenrolar das eleições norte-americanas e a forte presença de Obama na Web têm sido tema de profundos debates e discussões ao redor do mundo. No mês de julho, foi realizado em Itu o seminário "Eleições 2.0 – Como a Internet está mudando a política". O objetivo foi mostrar exatamente esta interatividade e o impacto dos meios eletrônicos nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Esta tendência é mundial e deve chegar aqui no Brasil também. Com o crescimento do poder aquisitivo das classes C e D, e conseqüente crescimento do acesso à Internet (59 milhões de usuários com idade acima de 16 anos, de acordo com as últimas pesquisas), os candidatos às eleições de 2010 deverão incluir a Web em seus planos e estratégias. É esperar par ver! Nota do Editor: Roberto Carlos Mayer é presidente da Assespro-SP e diretor da MBI.
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