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COLUNISTA
Mateus Modesto
03/09/2008 - 12h30
Déjà vu
 
 

- Oi!
- Oi.
- Você vem sempre aqui?
- Sempre que posso. – continuou a tomar seu café e a ler.
- Vi que estava sozinha e resolvi...
- Não estava sozinha. Estou com Omartian.
- O que é isso? Alguma espécie de...

Olhou para a capa do livro: era o nome da autora. Deu um sorriso sem graça. Nunca iria adivinhar.

- Sei. Estava viajando nos ensinamentos dele...
- Dela.
- Ela... E consegue beber e ler?
- Não consigo ler e conversar. – visivelmente incomodada.
- É. Nem eu... – silêncio. Temos algo em comum... Isso é bom. – abriu um sorriso.
- No seu ponto de vista.
- Não gosta de ter algo semelhante com alguém interessante?
- Não.
- Eu sim. Por isso que me agradei com nossa “comunidade”.

Ela não agüentou. Pôs o livro sobre o rosto para que ele não a percebesse rindo. Prendeu o riso até não poder mais. Tossiu para disfarçar. Ele entendeu e se animou. Estava conquistando a atenção dela.

- Podíamos conversar.
- Já estamos fazendo isso.
- Sozinhos!
- Não estamos com mais ninguém.
- Você está com Omar... o livro.
- Disse que não conseguia ler e conversar.
- Mas você está olhando para o livro.
- Queria que olhasse para você?
- Claro! Quando duas pessoas estão juntas, o olhar determina a importância que uma delas dá para a outra...
- Então já percebeu o grau de importância neste papo.
- Não diga “papo”.
- Por quê?
- Soa como se não tivesse valor algum.
- Tem?
- Claro! É um valor inestimável estar com alguém tão sincero.
- A-ham.
- Quer beber alguma coisa?
- Já bebi.
- E comer?
- Só em casa.
- Vamos agora ou daqui a pouco?

Ela mostrou seu sorriso.

- Gostaria de ter alguém como você.
- E por quê?
- Porque é interessante e bonita. Sincera e serena. Elegante e perfumada. Poderia dar-te o que quisesse. Calmaria provocada pelo som do mar, descanso das flores, sinfonia dos pássaros. Ficaria com você em suas noites de insônia e elogiaria seu cabelo ao acordar. Não me importaria com o futebol aos domingos nem em ficar arrumando a casa quando saísse com suas amigas. Lavaria todos os pratos. Tomaria um curso de massagem na Tailândia. Um curso de cozinha na França...

Ela se admirou com tamanho amor. Sempre que aparecia dizia as mesmas palavras. E realizava todas as ações prometidas. Abriu um lindo sorriso, que não mais fechou. Sentou-se ao seu lado e deu-lhe um beijo. Ele retribuiu com um cheiro.

- Porque demora tanto, meu amor?
- Para criar todo um ambiente favorável...
- Imaginei que não mais viesse... Posso pedir desta vez?
- Como sempre...


Nota do Editor: Mateus dos Santos Modesto é jornalista. Veja também em www.mateusmodesto.com.br.
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