Os juros aumentaram, quando deveriam ter diminuído. No patamar em que se encontram impedem o desenvolvimento. É uma balela afirmar que a economia está crescendo. Há setores envolvidos com exportação que vão bem, o resto vai mal, muito mal. O controle a qualquer preço da inflação, bandeira neoliberal, poderá custar caro ao projeto de poder de José Dirceu e de Lula. Palocci joga no time de Malan, tem prestígio, é levado a sério. Dirceu parece nervoso, não tira do rosto o sorriso "Monalisa", ele quer o poder total, absoluto, quer ser o Trotsky dos trópicos, o salvador do povo das garras do capitalismo selvagem. Dirceu parou no tempo, acredita no socialismo-científico. Fé religiosa, a mesma que fez prestes dizer que Lula não servia para o comunismo, não era um operário-científico. Dirceu jamais chegará ao poder pelo voto. Falta cacife. E carisma. Na concepção do timoneiro do PT, o partido chegou para ficar, para ele não interessa a alternância. A democracia é "relativa". Esta idéia ainda permeia a cabeça de parte da esquerda, sua origem está fundamentada em Cuba, onde é inegável o avanço de setores básicos. Também é notório o descontentamento da população pela falta de liberdade. Mas o que é liberdade? Conceito pequeno-burguês. Melhor culpar o bloqueio americano, há que haver um culpado. O contraditório é que em Cuba, Lula nunca passaria de torneiro-mecânico, já que não é chegado aos estudos formais. Enquanto os verdadeiros donos do poder estiverem anestesiados pelo festival "pantagruélico" de favores que lhes foi concedido, tudo bem, Dirceu poderá alimentar a ilusão do "paraíso socialista, com ele no poder. Vai ficar na ilusão. Há uma grande parcela dos brasileiros que não está disposta a tolerar alterações no jogo democrático. Lutamos pela democracia, estamos avançando politicamente, devagar mas de forma constante. Não queremos voltar aos tempos de Golbery. Haverá alguma semelhança entre Dirceu e Golbery?