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SEÇÃO
Crônicas
09/09/2008 - 13h32
A alquimia que existe entre você e eu
Antonio Brás Constante
 

Se os inquisidores nos tempos da idade média tivessem compreendido que o simples ato de respirar, já é por si só uma forma de alquimia, talvez ao invés de queimar tantos inocentes nas suas fogueiras, eles próprios tivessem se atirado dentro delas.

A todo o momento praticamos feitos mágicos de forma simples e corriqueira, por exemplo, ao pegarmos alguns grãos e coloca-los dentro de uma panela com um pouco de óleo, uma pitada de sal, alguns temperos e uma boa porção de água, mexendo tudo sobre uma chama qualquer, conseguiremos transforma-los em um alimento saboroso, quente e macio. (Nota: nem todo mundo consegue sucesso nesta façanha.)

Mas não é somente com alimentos que fazemos isso, as pessoas também utilizam as roupas para se transformar. Com determinadas indumentárias podemos alterar a forma como somos vistos, influenciando até mesmo nosso comportamento. Um vestido de noite ou uma peça de lingerie podem seduzir mais do que a própria nudez. Um uniforme tende a passar autoridade, disciplina. As roupas falam, moldam conceitos, favorecendo o convívio em sociedade. (Nova nota: idem a nota do parágrafo anterior.)

Nosso próprio corpo é uma fonte de transformações, modificando e absorvendo o alimento, que uma vez processado passa a viajar por nossas artérias renovando nossas forças. O ar que entra em nossos pulmões se mescla a este processo oxigenando nosso sangue, que corre selvagemente levando vida para todos os recantos de nosso ser. (Mais uma nota: felizmente todo este processo independe de nossas habilidades adquiridas.)

Quando o assunto é alquimia, sou um eterno admirador da força das palavras. Pois, através de algumas dezenas de caracteres, é possível tecer expressões, formar parágrafos, e com isso mudar o modo de se ver o mundo. Uma simples frase tem o poder de fazer com que brotem lágrimas nos olhos daqueles que repousam o olhar em suas frágeis construções. Ou arrancar gargalhadas, polemizar conceitos, indignar, dar esperança. (Novíssima nota: ou despertar a curiosidade com meras notas ao final de algum parágrafo.)

Gosto de sentir a mente incendiar, inundando o corpo com sua energia, transbordando através dos dedos para uma folha de papel ou na tela de um computador, imaginando milhares de ligações sinápticas conectando neurônios, emitindo descargas elétricas entre si, como se elas fossem o prelúdio de um temporal. E deste caos instaurado, a ordem dos versos vai sendo criada, e onde antes não havia nada, começa a surgir um clarear de idéias textuais. (Outra nova nota: está gostando do texto? E das notas? Sim? Que bom. Talvez eu nem te conheça, mas mesmo assim também gosto de você.)

Por fim, toda esta força criativa deixa a solidão do autor, ganhando vida através de publicações no mundo real e virtual, chegando até os seus olhos, para que uma nova alquimia aconteça, a alquimia dos meus ternos e eternos pensamentos transcritos e impressos podendo enfim tocar a sua imortal alma de leitor. (Última nota: FIM).


Nota do Editor: Antonio Brás Constante (abrasc@terra.com.br) é escritor.

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