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Opinião
16/09/2008 - 17h56
O Brasil e a moeda do Mercosul
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O acordo firmado dias atrás entre Brasil e Argentina, que elimina o dólar das transações comerciais entre negociantes os dois países, mira na criação de uma moeda única para o Mercosul. Sonho antigo, utopia reforçada depois que os países europeus fizeram o Euro. É preciso lembrar, que mesmo na Europa – rica, estável e tradicional – criar a nova moeda não foi nada simples. Dez anos depois de sua oficialização, o ainda restrito Euro ainda circula só em 16 dos 27 países-membros da União Européia.

Antes de partirem para a aventura da unificação de moedas e, possivelmente, da economia, os países sul-americanos devem fazer um amplo balanço de suas diversidades. Ver onde seus interesses convergem e onde divergem para, só depois, definir o tipo de sinergia. Não podem, por exemplo, tentar a união através dos pontos de conflito sem antes solucioná-los.

Maior economia do continente, o Brasil deve ser o maior contribuinte em todo investimento para o desenvolvimento de objetivos comuns. Mas, em contrapartida, tem de garantir o direito às maiores fatias do bolo obtido. Como numa sociedade, cada um deve ter o resultado proporcional ao seu investimento e riscos. Não pode ficar sujeito a sonhadores, politiqueiros e demagogos que, ao assumir o governo, tentam mudar as regras de acordos firmados no passado e abiscoitar para si fatias maiores do bolo que todos construíram juntos. A Bolívia e o Paraguai constituem os maus exemplos mais recentes através do gás e das pretensões sobre o preço da eletricidade de Itaipu.

O capital que o Brasil vier a investir na integração do Mercosul ou de qualquer outro agrupamento regional deve ser encarado exclusivamente como investimento em parceria. Jamais como obra de caridade ou assistência social ao estado-membro mais pobre. O erário brasileiro é constituído através do trabalho continuado de muitas gerações. Se o Brasil pode comemorar hoje a autonomia petrolífera e até a inédita exploração do óleo no pré-sal, isso não pode ser encarado como “sorte” desse ou daquele presidente e nem obra de um só governo. Luta-se com o petróleo neste país desde as campanhas que levaram Monteiro Lobato à cadeia, passando por Getúlio (que criou a Petrobras), pelos governos militares (que ampliaram a produção de 75 mil para 750 mil barris/dia) e com o trabalho continuado de cada governo, em seu tempo e conforme suas possibilidades.

Não é por acaso que o Brasil tem a economia e os recursos que o colocam entre os primeiros do mundo. Todo isso é resultado de muito trabalho oficial, empresarial e pessoal. Não podemos correr o risco de deixar esses recursos se esvaírem por conta de ideologias, demagogia e nem interesses eleitorais locais ou de nossos vizinhos. O dinheiro do brasileiro tem de ser aplicado em seu favor através da geração de empregos, saúde, educação, moradia, segurança pública e uma série de direitos que hoje só existem no papel. Chega de negligência! Antes de investir em projetos internacionais, o governo brasileiro tem de pagar a imensa dívida social acumulada com o próprio povo. E isso não se faz só com as esmolas eleitoreiras hoje vigentes...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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