"A fala da alma vai logo ser ouvida." - James Joyce Hoje falei com o mar. Ele respondeu com sua profundidade entristecida. É o holocausto. Eu sou a batalha vencida, porque olho diretamente o que não existia: o grande silêncio equilibrado em frágeis ondulações. Porque é urgente ouvir essa voz gentilíssima, antes que a claridade aberta se feche sobre a ferocidade de quem ama. A solidão é um exercício de dolorosa geometria, uma mulher arrebentada por um amor rígido. O corpo é um só músculo e desejo. É a catedral. Contém toda a alegria. Canto um madrigal. Nota do Editor: Solange Sólon Borges é jornalista, dedica-se a diversos gêneros literários. Entre outras atividades, atua em alguns programas “O prefácio”, sobre livros e literatura. Um deles é o programa Comunique-se, levado ao ar pela TV interativa ALL TV (2003/2004). Apresentou, também, “Paisagem Feminina”, pela Rádio Gazeta AM (1999), além de crônicas diárias na Rádio Bandeirantes e na Rádio Gazeta — emissoras das quais foi redatora, repórter, locutora e editora.
|