Sofremos muito com a ditadura e quando achávamos que tudo havia acabado, o Jânio Quadros foi eleito prefeito de São Paulo e instalou um clima de terror na Prefeitura, processando e perseguindo milhares de funcionários. Para dividir a categoria, estimulou um grupo de puxa-sacos a formar uma nova associação, em oposição ao sindicato, cobrindo-a de favores. Achávamos que nunca mais veríamos essas arbitrariedades, mas é com tristeza que verificamos que essa forma de governar ainda permanece.

Há mais de vinte anos conheci Ubatuba e decidi vir morar aqui, mas só pude realizar esse desejo em 2004, depois de me aposentar da Prefeitura de São Paulo. Mesmo antes de morar aqui procurei desenvolver algumas atividades educativas e culturais. Na Fundart, dei início ao FUNDART JOVEM, que depois, com a participação da Paula Turra e do Ballio, se transformou no SARAU, que existe até hoje. Também reativei o CINECLUBE e participei ativamente como assessor de comunicação da Agenda 21, na equipe de elaboração das propostas do Plano Diretor nas seguintes áreas: educação, saneamento básico, cultura, criança e juventude, meio ambiente. Fui um dos coordenadores do Distrito Centro para elaboração da Lei de Uso e Ocupação do Solo. Portanto, sempre procurei participar de forma positiva para a melhoria da qualidade de vida de Ubatuba; por isso me preocupa a forma como a cidade vem sendo dirigida, e pela forma como a campanha eleitoral vem sendo desenvolvida, com o cerceamento da expressão das tendências divergentes da atual administração.

É preocupante que, ao se aproximar as eleições, tenha sido distribuído uma edição falsa do Correio Ubatubense. Para quem conhece o Miguel Angel, responsável pelo jornal, sabemos que ele jamais se prestaria a esse tipo de coisa, ainda mais para prejudicar pessoas do seu círculo de amigos.

Toda vez que há um crime, a primeira pergunta que se faz é: quem teria motivos para “matar” a vítima, que no caso é a Coligação Ubatuba de Cara Nova.

Quem conhece o Maurício sabe que ele jamais tomaria uma decisão tão importante como decidir o seu secretariado sem consultar um amplo grupo de colaboradores, dos mais diferentes grupos sociais. Também sabe que um dos principais eixos de seu programa é a valorização da cultura, portanto não há o mínimo interesse em destruir o que há de positivo na atuação da Fundart. Nas reuniões com diferentes grupos de artistas e de cidadãos, o que se quer é que a Fundart deixe de ser um cabide de empregos e centre a sua atuação na formatação e captação de recursos para as atividades culturais, de maneira eqüitativa, permitindo o desenvolvimento de todas as formas de expressão artística. É por isso que, entre seus apoiadores, há muitos artistas das mais variadas formas de expressão.

Se o cachorro estivesse morto, ninguém iria chutá-lo. Se há uma tentativa de criar um ambiente desfavorável às novas propostas, semeando o medo e inverdades, é porque essa propostas vem ganhando cada vez mais a adesão da população e de líderes como o Clodovil, cuja fala vem sendo cerceada.

Não podemos nos calar.

Rui Alves Grilo - RG 4.393.354
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