Quando se fala em saúde pública, o coração é uma preocupação cada dia mais freqüente para as autoridades e profissionais de saúde. As estatísticas apontam que as doenças cardíacas têm aumentado em nosso meio, tanto em homens quanto em mulheres. A organização mundial da saúde projeta uma elevação de problemas cardiovasculares em países em desenvolvimento. A previsão é de que no Brasil haja um crescimento de 200% até 2040.

A prevalência de doenças cardíacas nas mulheres atingiu praticamente o mesmo patamar dos homens, e não sem motivo, cada dias mais elas estão expostas aos mesmos fatores de risco que eles: tabagismo, sedentarismo, obesidade, estresse, elevação do colesterol e ansiedade. As gorduras, especialmente as do tipo trans, encontradas em biscoitos, fast-food e batata frita, continuam sendo grandes inimigas do coração – contêm o colesterol ruim, que leva a uma disfunção vasodilatadora dos vasos e provoca a formação de placas ateroscleróticas coronarianas.

De acordo com o médico cardiologista Alexandre Alessi, do Hospital Nossa Senhora das Graças, o único meio de prevenir os problemas cardíacos é adotar um estilo de vida saudável. Isso inclui a prática de atividade física, dieta saudável, peso corporal adequado, diminuição da ansiedade, combate ao colesterol total, combate ao diabetes, evitar fumo e bebidas alcoólicas, controle da pressão arterial e visitas periódicas ao médico.

Segundo o cardiologista, os riscos e as formas de evitá-los já são conhecidos desde a década de 50, mas hoje há mais dois fatores importantes a serem levados em consideração. O primeiro é a característica genética ou familiar de maior prevalência de problemas cardíacos e o segundo é o envelhecimento da população, que está associado a uma maior prevalência de doenças degenerativas cardiovasculares. "Também sabemos hoje que há medicamentos que possibilitam combater os fatores de risco cardiovascular e tratar os pacientes com problemas cardiológicos com excelente tolerabilidade e eficácia", afirma.

Os problemas do coração podem ter origem congênita e, geralmente, se manifestam na infância. Também há doenças que atingem as válvulas cardíacas e o músculo cardíaco, estas últimas levam a uma dilatação do músculo cardíaco e perda de força contrátil do coração. A doença aterosclerótica leva a uma obstrução das artérias coronárias, provocando angina de peito (dor) ou infarto do miocárdio. Outros problemas são as arritmias cardíacas (referentes à estrutura elétrica do coração) e a hipertensão arterial. Problemas relacionados ao pulmão também estão ligados ao coração, pois esses dois órgãos trabalham juntos, por isso são comuns sintomas respiratórios em doenças cardíacas e alterações no coração causadas por doenças pulmonares.

O coração tem a função de bombear o sangue para o corpo. Isso significa que o sangue venoso (não oxigenado) chega ao coração, passa pelos pulmões e volta ao coração, para que, na forma de sangue oxigenado seja distribuído para todas as partes do corpo. Qualquer problema nessa delicada tarefa pode ser fatal. Portanto para evitar ser surpreendido por um problema cardíaco é necessário prevenir e evitar os fatores de risco desde a infância.