03/09/2025  14h36
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Crônicas
05/10/2008 - 15h00
O mundo todo abarco e nada aperto
Evelyne Furtado
 

Querer não é poder. O desejo é meu. Nasce em mim, mas realizá-lo, independe, muitas vezes, da minha vontade. Custei a aprender essa lição que vem com o amadurecimento.

A vida impõe limites. Alguns podemos ultrapassar. Principalmente aqueles que só nos dizem respeito. Outros envolvem fatores externos pelos quais não temos controle.

Crescer é entender a distinção entre uns e outros. Judith Viorst, psicanalista norte-americana, em "Perdas Necessárias", um livro essencial para mim, diz que “crescer significa estreitar a distância entre os sonhos e as possibilidades".

Há quem demore muito a aceitar essa verdade. Levei parte da vida para entender e ainda luto para permitir que seja assim.

Tenho clara em mim a certeza de que me é impossível transformar o mundo. Nem mesmo posso modificar uma só pessoa.
 
Quanto às minhas próprias limitações, a batalha é constante. Em alguns casos sou indulgente comigo mesma. Em outros, brigo feito uma leoa para melhorar. Sempre quis ser uma pessoa boa. Nunca almejei a perfeição, mas já quis e quero ser melhor do que sou. Gostaria de ser mais generosa, mais segura, menos impetuosa.

Melhorei em alguns aspectos e relaxei em outros. Conheço-me melhor hoje e gosto mais do que sou, mas ainda desejo subir mais degraus na vida. É aqui que entra o presente que ganhei da mestra Zélia Maria Freire, excelente escritora potiguar, que me ofertou "O Cancioneiro", de Petrarca.

Delicada e querida Zelinha, comecei a ler, sim, contudo ainda estou na introdução, um texto especial de Jamil Almansur Haddad, que afirma a influência do autor italiano na obra dos poetas de língua portuguesa dos séculos XVI e XVII.

Foi na obra acima que colhi o título dessa crônica. “O mundo todo abarco e nada aperto" é um verso de Luis Vaz de Camões, parafraseando Petrarca, em um poema lindo.

Fujo da discussão dos grandes sobre se Petrarca foi ou não foi copiado por Camões.

O que repercutiu em mim foi a beleza do verso e a vontade de abarcar o mundo todo sem apertar. Talvez um dia eu chegue perto dessa sabedoria. Tomara!


Nota do Editor: Evelyne Furtado é cronista e poetisa em Natal (RN).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "CRÔNICAS"Índice das publicações sobre "CRÔNICAS"
31/12/2022 - 07h23 Enfim, `Arteado´!
30/12/2022 - 05h37 É pracabá
29/12/2022 - 06h33 Onde nascem os meus monstros
28/12/2022 - 06h39 Um Natal adulto
27/12/2022 - 07h36 Holy Night
26/12/2022 - 07h44 A vitória da Argentina
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.