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COLUNISTA
Sidney Borges
21/09/2004 - 14h30
Presidente Bossa Nova
 
 

Ontem assisti na TV Senado a um documentário sobre a posse de Juscelino Kubitschek de Oliveira, em 1955. A capital ainda era o Rio de Janeiro, na época a cidade maravilhosa que deu origem a tantas canções. Juscelino era um homem singular, cuidava da imagem como poucos políticos souberam fazer. Suas aparições na televisão eram assistidas com interesse e admiração. A família se reunia e prestava a maior atenção. O presidente falava melhor e com mais clareza do que os apresentadores dos telejornais. Eu era criança, mas sentia o clima, todos sabiam estar vivendo um momento único, inédito no país. Com aquele presidente o país estava em boas mãos. O reflexo da personalidade do "Pé-de-Valsa", apelido carinhoso dado pela população ao presidente que gostava de dançar, foi traduzido na época mais criativa da história do Brasil. O clima era de festa. No governo de Juscelino nasceu a Bossa Nova, o Cinema Novo, o futebol se firmou com a conquista da Copa do Mundo de 1958, Maria Esther Bueno ganhou o torneio de Wimbledon e Eder Jofre tornou-se campeão mundial de boxe. Mas a arquitetura foi o marco que desvendou para o mundo a efervescência cultural da jovem nação, que anunciava ao mundo a disposição de despertar. O arrojo de Oscar Niemayer focou a atenção global na terra exótica de Carmem Miranda. De república de bananas passamos ao limiar da criação artística e técnica. É sempre bom citar que o arrojo das formas desenhadas por Oscar ganhava vida através dos cálculos de Joaquim Cardoso, o poeta do concreto. No Brasil de Juscelino respirou-se o ar mais calmo e tranqüilo do século XX, o presidente era querido e respeitado, não fazia bravatas, não ameaçava, era elegante, culto e gentil. Teria sido eleito em 1955, infelizmente a revolução acabou com a alternância de poder e ficamos a ver navios. Nunca mais haverá outro presidente que consiga sorrir, dançar, governar e ser amado como foi Juscelino. E nunca mais teremos tanta esperança! E nunca mais haverá outra cena como a que houve no enterro dele, que morreu em circunstâncias nunca claramente explicadas. A multidão visivelmente entristecida cantou a música tema da vida política de Juscelino, Peixe Vivo. Cantou baixinho, quase murmurando, milhares de pessoas. Até as pedras ficaram emocionadas. No tempo de Juscelino era bom ser brasileiro.


Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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