Uma mentira repetida muitas vezes se transforma em verdade. Diz-se que essa era uma afirmação de Goebbels, o líder da propaganda nazista. Desde que foi fundado, grande parte da imprensa tenta mostrar os militantes do PT como baderneiros e anarquistas, como se vê nas denúncias apresentadas pela Prefeitura. Também se vê a mesma postura no texto do Sr. Antenor Ricardo Benetti: “...e revendo as imagens dos manifestos vemos as mesmas figurinhas carimbadas de sempre e outras que confesso nunca vi em Ubatuba. [...] ...o clima da campanha me assustou dado o nível de agressões e ameaças que sofremos. A manifestação de opositores não podia ser contestada pois recebíamos ameaças descaradas para que nos calássemos, nossos comentários, pautados em fatos reais, não foram publicados pois eram contra os opositores de Eduardo César.” - Ubatuba Víbora Dá vontade de rir de ver a cara-de-pau quando as pessoas tentam inverter os fatos. Durante toda a campanha, militantes da Coligação foram seguidos e fechados por veículos de adversários. Não é a simples perícia que pode resolver a questão da eleição porque a Constituição diz que todos são iguais perante a lei. E não foi isso que vimos. O Maurão, segundo várias pessoas, estava fazendo boca-de-urna dentro da Escola Deolindo e não foi detido. Quando a irmã do Maurício entregou um adesivo a uma eleitora que já havia votado, foi imediatamente detida. Na Escola Marina Salete, onde eu era fiscal, quem votava nas seções do final do corredor tinha que pular o muro lateral. Reclamei com a diretora que isso não podia acontecer, ainda mais que havia muitas pessoas com problemas de locomoção, e ela pediu para ajudar a organizar a fila. Chamei a responsável do Tribunal e aí as coisas melhoraram um pouco. Na sala de votação havia um cabo eleitoral do candidato Clarindo usando o celular. Pedi para ele se retirar da sala e ele continuou, fato que foi acompanhado por todos os mesários presentes. Quando saí na rua, esse rapaz disse que se eu ficasse até às 17 horas iria acertar as contas comigo. No corredor havia uma moça colando adesivos do Dr. Ricardo Cortes. Chamei um policial militar e ele não me atendeu. Uma senhora pediu à funcionária do TRE para passar na frente porque a fila estava enorme e ela estava com varizes nas pernas. A funcionária não atendeu. Quando me ofereci para conversar com os mesários, prontamente ela conduziu a senhora e me disse: “Estou de olho em você.” Respondi: “E eu em você” porque a todo momento se aproximava das pessoas e cochichava. Não sei o que dizia, mas sei o que eu próprio estava fazendo. Em seguida, uma pessoa veio me avisar para tomar cuidado porque ela havia dito que ia registrar queixa contra mim. Entendo isso como coação. “Está na hora de meter a viola no saco Hélio Parras A democracia determina que a vontade da maioria da população seja aceita nas urnas. Discursos de derrotados e incapacitados pela vontade popular não mudarão o curso da história. Que os desgostosos procurem um trabalho e façam alguma coisa pelo coletivo, pela cidade e pelo povo. Não adianta usar a ignorância, falta de educação, cultura e fanatismo de alguns idiotas para sabotar a vontade dos eleitores.” - O Guaruçá A instituição do segundo turno veio porque é difícil um governante governar sem a adesão da maioria. Infelizmente, Ubatuba está fora dos quesitos exigidos pelo segundo turno. Isso cria um problema, ainda mais que grande parte dos eleitores não sabia que os votos de alguns candidatos não seriam contados. Somando-se apenas os votos do Paulo Ramos e do Maurício, já ultrapassam os votos do candidato eleito, o qual também teve suas contas questionadas pelo Tribunal de Contas. Se os vereadores fossem outros, havia a possibilidade de cassação do mandato. Quando o Sr. Hélio Parras diz: “procurem um trabalho” está nos chamando de vagabundos. Tenho 61 anos e trabalho desde 1961 com carteira assinada. Faço inúmeros trabalhos voluntários e já prestei serviços técnicos ao Ministério de Educação e Cultura, antes do Lula; também prestei serviços técnicos ao Governo Montoro. Muitos dos quais estavam comigo nas manifestações são trabalhadores e não “aspones” da Prefeitura. Muitas pessoas não lutam por seus direitos porque não conhecem ou porque tem medo. Não é nosso caso porque saímos à luz do dia, fomos filmados e fotografados por amigos e inimigos. Não saímos à noite para pichar a casa dos nossos adversários usando as palavras de Deus em vão. Veja abaixo a pichação no consultório do Maurício. “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lucas, 23-34) No entanto, quando precisou, Cristo expulsou os vendilhões do templo porque estavam desrespeitando a sua casa. Pedimos à justiça que não perdoe aqueles que abusam do cargo porque é a impunidade que estimula a revolta e a violência. Se não sabem o que fazem não podem ocupar esse cargo, ainda mais tendo toda uma assessoria jurídica paga pelo povo. Há mais de dez anos, a atriz Bete Mendes denunciou o torturador Brilhante Ustra e só agora ele foi condenado. Se ela tivesse seguido o conselho do Sr. Helio e enfiado a viola no saco, um torturador continuaria impune. Hoje, parte do dinheiro dos impostos é usado para indenizações para pessoas que foram vítimas do abuso de poder. Vi na TV a família dos torturados afirmando que não queriam o dinheiro. Apenas a condenação do torturador bastava. O professor Corsino divulgou através dos jornais eletrônicos que: “O Cartório Eleitoral de Ubatuba tem uma certa história negativa de geração de dúvidas, nos últimos anos. [...] Se alguém se der ao trabalho de pesquisar os nomes e os detalhes vai ter grandes surpresas e encontrar tremendas coincidências. A história se repete com nomes e detalhes. Quais serão as conseqüências de providências não tomadas em tempo? O tempo dirá!” No começo da ditadura também eram poucos que deram a cara a tapa denunciando. Rui Alves Grilo ragrilo@terra.com.br
Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor em Ubatuba (SP).
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