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Crônicas
17/10/2008 - 12h09
Felizes nós que emagrecemos
Seu Pedro
 

Principalmente em filmes americanos vejo um amontoado de gordinhos sorrindo. Não sei se o fazem por serem atores ou se são felizes de verdade. Já pesei 128 quilos e sei bem do que falo. Era jovem, parecia feliz, pensava ter saúde e vivia sorrindo para quem me servisse um bife com fritas e um refrigerante. A vida, ou seja, a comida era uma delícia! Não podia ouvir falar em uma feijoada, ainda mais acompanhada de uma loira gelada. As quentes ficavam em segundo plano. A primeira mesa ocupada era com a minha vistosa presença, e se possível bem próximo ao caldeirão. Mas o tempo foi chegando e meu peso se estabilizou em 110 quilos. Mesmo assim, era muito.

Já comemoro uma década que descobri que estava diabético, e isto graças a uma diplopia que me acompanhava pelas estradas. Enxergava nas estradas duas carretas, dois ônibus, dois carros, e rezava para que ao cruzar com um deles estivesse acertando a imagem falsa e não a verdadeira. O veículo que vinha em sentido contrário era um susto. Resolvi então fazer exames de sangue, e descobri o risco de morte que tinha, mas relutava em aceitar que teria que abandonar o garfo grande e os pratos fundos. Tudo começou a mudar em minha vida.

Passei a ouvir mais as pessoas, no intuito de que alguém me ensinasse a cura. Só comia doces às escondidas, como se escondido não me fizesse algum mal. A vida, aos poucos, foi ganhando outra dimensão e fui descobrindo que eu, que já havia amado a tantas, devia amar a minha vida. De lá para cá, foi um processo construtivo. Já não acho sentido em ficar horas a fio em uma mesa de bar olhando quem passa, enquanto esvazio garrafas e mais garrafas de cerveja. Sorte minha que nunca fumei. Troquei o tempo em que nada aprendia com leituras, escritas e comecei a exercer com mais ânimo o jornalismos, que é minha profissão.

Não consigo hoje ficar calado e, sempre que oportuno, conto que gordura não é saúde, e nem comida em quantidade é o que mata a fome, se bem que mata. Confesso que nos primeiros anos imaginava que um docinho de vez em quando, e uma meia dúzia de cerveja, não agravariam minha saúde. Puro engano. Somente do meio deste ano para cá resolvi levar a sério as recomendações da nutricionista e fazer uso correto dos medicamentos que o endocrinologista me avia. Assim como passei a amar e obedecer ao Pai, que já não necessita me dar “surras da vida” para que eu entenda Hoje Dele peço pouco: apenas que dobre o meu tempo de vida. A primeira vez o pedi aos trinta anos, já estou com sessenta. Continuo pedindo, apenas isto.

Hoje tenho a certeza que o homem morre pela boca, principalmente pelo que nela entra. Nós não nascemos carnívoros, nos tornamos, porque a carne, devido sua demorada digestão, nos dá a sensação de barriga cheia. Hoje um quilo de carne em minha casa, onde vivemos eu, a mulher e duas filhas, dura quase um mês. Eu, que gostava de um churrasco duas peles, agora me alegro com minha pele mais bonita, como elas dizem. Maravilho-me com uma sopa de legumes, com os “docinhos” dietéticos que eu mesmo faço e, no lugar de refrigerantes artificiais, tomo suco de laranja natural, até sem adoçante. Agora a minha vida é verdadeira.


Nota do Editor: Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.

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